Uma das questões frequentes; estaria Judas destinado a ser o traidor? Se sim, não teve culpa, porque não passou de um instrumento para cumprir o plano divino.
Judas não foi predestinado para trair Jesus. Em nenhum lugar na Bíblia se diz que Deus determinara a traição de Cristo. A traição foi prevista, ocorreu. O próprio Jesus sabia de antemão quem o ia trair, e revelou o facto antes que acontecesse. Ver:
* Mateus 26:20-25 - E, chegada a tarde, assentou-se à mesa com os doze. E, comendo eles, disse: Em verdade vos digo que um de vós me há de trair. E eles, entristecendo-se muito, começaram cada um a dizer-lhe: Porventura sou eu, SENHOR? E ele, respondendo, disse: O que põe comigo a mão no prato, esse me há de trair. Em verdade o Filho do homem vai, como acerca dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido. E, respondendo Judas, o que o traía, disse: Porventura sou eu, Rabi? Ele disse: Tu o disseste.
* Lucas 22:19-23 - E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós. Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa. E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído! E começaram a perguntar entre si qual deles seria o que havia de fazer isto.
* Marcos 14:17-21 - E, chegada a tarde, foi com os doze. E, quando estavam assentados a comer, disse Jesus: Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come, há de trair-me. E eles começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após outro: Sou eu? E outro disse: Sou eu? Mas ele, respondendo, disse-lhes: É um dos doze, que põe comigo a mão no prato. Na verdade o Filho do homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para o tal homem não haver nascido.
* João 13:21-30 - Tendo Jesus dito isto, turbou-se em espírito, e afirmou, dizendo: Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair. Então os discípulos olhavam uns para os outros, duvidando de quem ele falava. Ora, um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus. (Então Simão Pedro fez sinal a este, para que perguntasse quem era aquele de quem ele falava. E, inclinando-se ele sobre o peito de Jesus, disse-lhe: Senhor, quem é? Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o bocado molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão. E, após o bocado, entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que fazes, faze-o depressa. E nenhum dos que estavam assentados à mesa compreendeu a que propósito lhe dissera isto. Porque, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário para a festa; ou que desse alguma coisa aos pobres. E, tendo Judas tomado o bocado, saiu logo. E era já noite.
O plano divino não obrigava A, B, ou C a trair Jesus, mas o Senhor sabia que isto iria acontecer, e o confirmou. Aconteceu por sorte ou por azar, Judas entrar no enredo. Contudo, o traidor agiu livre e conscientemente na sua acção infeliz, e por isso foi culpado.
Diz o Ellen G. White: "O Salvador lia o coração de Judas. Sabia as profundezas da iniquidade a que, se o não livrasse a graça de Deus, havia de imergir. ... Abrisse ele o coração a Cristo, e a graça divina baniria o demónio do egoísmo, e mesmo Judas se poderia tornar um súbdito do Reino de Deus." O Desejado de Todas as Nações, p. 215.
Agiu, portanto, conscientemente.