Um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, Dt. 6.4; Mt. 28.19; Mc 12.29.
O Que Diz a Bíblia?
Como Explicar a Trindade?
A palavra "trindade" não aparece nas Bíblias comuns que usamos. Por esse motivo, eu evito o uso dela. Procuremos falar sobre assuntos bíblicos usando linguagem bíblica.
As pessoas que usam termos como trindade, Deus trino, etc. as empregam para explicar um conceito da existência de três pessoas distintas que podem ser chamadas de Deus. Vamos considerar, em termos bem resumidos, o que a Bíblia diz a respeito dessa ideia.
Há um só Deus (Efésios 4:6). O facto que existem mais de uma pessoa divina, como veremos logo, não sugere múltiplos deuses. A doutrina bíblica não se compara com as doutrinas politeístas de algumas religiões pagãs.
O Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas distintas. No baptismo de Jesus, cada um fez seu papel, concordando com os outros dois, mas distinto deles. Jesus subiu das águas; o Espírito desceu como pomba sobre ele; o Pai falou dos céus (Marcos 1:9-11). As doutrinas de algumas igrejas que dizem que o Filho e o Pai são a mesma pessoa contradizem afirmações óbvias das Escrituras. O Pai é maior do que o Filho (João 14:28). O Pai enviou e instruiu o Filho (João 14:24).
Ž Jesus é Deus. As seitas que negam a divindade de Jesus trabalham muito para evitar o significado de diversas passagens. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, usam uma versão das Escrituras cheia de acréscimos e traduções equívocas calculadas justamente para negar as provas textuais da divindade de Jesus. Mas, ele é eterno, divino e merecedor de adoração (João 1:1; João 8:24,58; Mateus 4:10; 14:33; 28:9,17; João 9:38; Hebreus 1:6; Apocalipse 5:9-14; etc.)
O Espírito Santo é pessoa divina, não apenas força ativa. Reconhecemos algumas dificuldades quando estudamos a palavra "espírito" na Bíblia. Sabemos que o espírito do homem não é outra pessoa (1 Coríntios 2:11). Apesar de alguns trechos difíceis (veja o aviso de 2 Pedro 3:16), não podemos negar a personalidade do Espírito Santo. O mesmo Pai que enviou Jesus enviou o Espírito (João 14:26). Jesus o chamou de "outro Consolador", mostrando que ele pertence à mesma categoria que Jesus: uma pessoa divina (João 14:16). Vários textos apresentam o Pai, o Filho e o Espírito Santo como pessoas unidas mas distintas (veja Mateus 28:19 e o último versículo de 2 Coríntios). O Espírito ensina (João 14:26); habita nos fiéis como o Pai e o Filho o fazem (João 14:17,23) e intercede como Cristo também o faz (Romanos 8:26,34).
Para negar tais afirmações, alguns distorcem o sentido das passagens ou até jogam fora livros bíblicos que não apoiam suas doutrinas humanas. O verdadeiro seguidor de Cristo aceitará toda a Verdade, até as coisas difíceis de entender (João 8:32; 17:17; Deuteronómio 29:29).
Hoje, discutiremos um dos assuntos mais complexos do corpo de doutrinas cristãs: o assunto referente à doutrina da Trindade. Segundo um dos grandes filósofos ingleses do século XX, Bertrand Russell, em seu livro História do Pensamento Ocidental, a Trindade se constitui “o perene problema da escolástica”.
A doutrina da Trindade deve ser estudada com espírito de humildade. Trata-se de uma das doutrinas bíblicas mais misteriosas e difíceis para a compreensão humana, por causa das nossas limitações naturais, por causa do pecado e por causa do próprio ‘objecto’ da doutrina: o ser de Deus. A doutrina da Trindade é uma verdade concebível apenas porque foi revelada – a mente humana jamais poderia imaginá-la”.
A Importância do Estudo sobre a Trindade
1. Ela é uma peculiaridade da religião cristã;
2. Ela está directamente relacionada com as outras doutrinas;
3. Ela nos esclarece sobre o ser de Deus;
4. Ela nos livra de cairmos em pensamentos heterodoxos sobre a doutrina de Deus.
Definição do termo:
- O primeiro a utilizar a palavra “Trindade” foi Tertuliano no século III. Essa palavra vem do latim trinitas, isto é, indica tri-unidade, três em um. Este é o aspecto que insere a complexidade na análise do assunto, pois, a partir dessa doutrina, entendemos que Deus é um só mas que subsiste em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Comentando esse aspecto, o Dr. Paulo Anglada nos diz: “Ao subscrevermos a doutrina da Trindade, queremos dizer que cremos em um Deus único, indivisível em sua essência ou ser, o qual subsiste em três pessoas distintas e inconfundíveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, sendo que cada um tem a mesma essência, plena e não fragmentada, mas podem relacionar-se entre si”.
Uma formulação mais bem elaborada a respeito da Trindade foi desenvolvida no primeiro Concílio Ecumênico da História da Igreja, o chamado Concílio de Nicéia que aconteceu no ano 325 da nossa era. Duas figuras nesse Concílio mereceram destaque: Atanásio e Ário. Este segundo não reconhecia a divindade do Filho, desta forma, quebrando a noção da tri-unidade de Deus.
Foi por essa postura, que Atanásio e alguns conciliares daquela assembléia se pronunciaram, e o fruto desse posicionamento foi um documento que ficou conhecido com Credo Niceno, um postulado doutrinal o qual mencionava a divindade indistinta das três pessoas da Trindade, contrariando aquilo que era defendido por Ário, que dizia que Cristo não era Deus, mas a primeira criação dele.
Temos, então, a seguinte declaração oriunda das decisões do Concílio de Nicéia:
“Cremos em um Deus – e em um Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, nascido do Pai, luz de luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, nascido, não criado, da mesma substância do Pai – e do Espírito Santo”.
Três linhas de pensamento acerca da Trindade estavam representadas no Concílio de Nicéia:
1. Os ortodoxos;
2. Os arianos;
3. Os semi-arianos.
- Essas três correntes de interpretação se baseavam em alguns termos para tratarem da natureza do Filho de Deus.
Os ortodoxos
- Eles entendiam que Jesus Cristo era homoousion (homos = mesma + ousia = substância) do Pai. Eles representavam a voz definitiva do Concílio de Nicéia. Acreditavam que tanto o Filho como também o Espírito Santo eram da mesma substância do Pai.
O Que Diz a Bíblia?
Como Explicar a Trindade?
A palavra "trindade" não aparece nas Bíblias comuns que usamos. Por esse motivo, eu evito o uso dela. Procuremos falar sobre assuntos bíblicos usando linguagem bíblica.
As pessoas que usam termos como trindade, Deus trino, etc. as empregam para explicar um conceito da existência de três pessoas distintas que podem ser chamadas de Deus. Vamos considerar, em termos bem resumidos, o que a Bíblia diz a respeito dessa ideia.
Há um só Deus (Efésios 4:6). O facto que existem mais de uma pessoa divina, como veremos logo, não sugere múltiplos deuses. A doutrina bíblica não se compara com as doutrinas politeístas de algumas religiões pagãs.
O Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas distintas. No baptismo de Jesus, cada um fez seu papel, concordando com os outros dois, mas distinto deles. Jesus subiu das águas; o Espírito desceu como pomba sobre ele; o Pai falou dos céus (Marcos 1:9-11). As doutrinas de algumas igrejas que dizem que o Filho e o Pai são a mesma pessoa contradizem afirmações óbvias das Escrituras. O Pai é maior do que o Filho (João 14:28). O Pai enviou e instruiu o Filho (João 14:24).
Ž Jesus é Deus. As seitas que negam a divindade de Jesus trabalham muito para evitar o significado de diversas passagens. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, usam uma versão das Escrituras cheia de acréscimos e traduções equívocas calculadas justamente para negar as provas textuais da divindade de Jesus. Mas, ele é eterno, divino e merecedor de adoração (João 1:1; João 8:24,58; Mateus 4:10; 14:33; 28:9,17; João 9:38; Hebreus 1:6; Apocalipse 5:9-14; etc.)
O Espírito Santo é pessoa divina, não apenas força ativa. Reconhecemos algumas dificuldades quando estudamos a palavra "espírito" na Bíblia. Sabemos que o espírito do homem não é outra pessoa (1 Coríntios 2:11). Apesar de alguns trechos difíceis (veja o aviso de 2 Pedro 3:16), não podemos negar a personalidade do Espírito Santo. O mesmo Pai que enviou Jesus enviou o Espírito (João 14:26). Jesus o chamou de "outro Consolador", mostrando que ele pertence à mesma categoria que Jesus: uma pessoa divina (João 14:16). Vários textos apresentam o Pai, o Filho e o Espírito Santo como pessoas unidas mas distintas (veja Mateus 28:19 e o último versículo de 2 Coríntios). O Espírito ensina (João 14:26); habita nos fiéis como o Pai e o Filho o fazem (João 14:17,23) e intercede como Cristo também o faz (Romanos 8:26,34).
Para negar tais afirmações, alguns distorcem o sentido das passagens ou até jogam fora livros bíblicos que não apoiam suas doutrinas humanas. O verdadeiro seguidor de Cristo aceitará toda a Verdade, até as coisas difíceis de entender (João 8:32; 17:17; Deuteronómio 29:29).
Hoje, discutiremos um dos assuntos mais complexos do corpo de doutrinas cristãs: o assunto referente à doutrina da Trindade. Segundo um dos grandes filósofos ingleses do século XX, Bertrand Russell, em seu livro História do Pensamento Ocidental, a Trindade se constitui “o perene problema da escolástica”.
A doutrina da Trindade deve ser estudada com espírito de humildade. Trata-se de uma das doutrinas bíblicas mais misteriosas e difíceis para a compreensão humana, por causa das nossas limitações naturais, por causa do pecado e por causa do próprio ‘objecto’ da doutrina: o ser de Deus. A doutrina da Trindade é uma verdade concebível apenas porque foi revelada – a mente humana jamais poderia imaginá-la”.
A Importância do Estudo sobre a Trindade
1. Ela é uma peculiaridade da religião cristã;
2. Ela está directamente relacionada com as outras doutrinas;
3. Ela nos esclarece sobre o ser de Deus;
4. Ela nos livra de cairmos em pensamentos heterodoxos sobre a doutrina de Deus.
Definição do termo:
- O primeiro a utilizar a palavra “Trindade” foi Tertuliano no século III. Essa palavra vem do latim trinitas, isto é, indica tri-unidade, três em um. Este é o aspecto que insere a complexidade na análise do assunto, pois, a partir dessa doutrina, entendemos que Deus é um só mas que subsiste em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Comentando esse aspecto, o Dr. Paulo Anglada nos diz: “Ao subscrevermos a doutrina da Trindade, queremos dizer que cremos em um Deus único, indivisível em sua essência ou ser, o qual subsiste em três pessoas distintas e inconfundíveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, sendo que cada um tem a mesma essência, plena e não fragmentada, mas podem relacionar-se entre si”.
Uma formulação mais bem elaborada a respeito da Trindade foi desenvolvida no primeiro Concílio Ecumênico da História da Igreja, o chamado Concílio de Nicéia que aconteceu no ano 325 da nossa era. Duas figuras nesse Concílio mereceram destaque: Atanásio e Ário. Este segundo não reconhecia a divindade do Filho, desta forma, quebrando a noção da tri-unidade de Deus.
Foi por essa postura, que Atanásio e alguns conciliares daquela assembléia se pronunciaram, e o fruto desse posicionamento foi um documento que ficou conhecido com Credo Niceno, um postulado doutrinal o qual mencionava a divindade indistinta das três pessoas da Trindade, contrariando aquilo que era defendido por Ário, que dizia que Cristo não era Deus, mas a primeira criação dele.
Temos, então, a seguinte declaração oriunda das decisões do Concílio de Nicéia:
“Cremos em um Deus – e em um Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, nascido do Pai, luz de luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, nascido, não criado, da mesma substância do Pai – e do Espírito Santo”.
Três linhas de pensamento acerca da Trindade estavam representadas no Concílio de Nicéia:
1. Os ortodoxos;
2. Os arianos;
3. Os semi-arianos.
- Essas três correntes de interpretação se baseavam em alguns termos para tratarem da natureza do Filho de Deus.
Os ortodoxos
- Eles entendiam que Jesus Cristo era homoousion (homos = mesma + ousia = substância) do Pai. Eles representavam a voz definitiva do Concílio de Nicéia. Acreditavam que tanto o Filho como também o Espírito Santo eram da mesma substância do Pai.