Mesmo sabendo que nada substitui o tratamento especializado que uma pessoa dependente deve receber, existem alguns conselhos que podem parecer úteis. Os doutores W. Dryden y W. Matweychuk, no livro que escreveram em 2003, apresentam algumas sugestões ou receitas que podem auxiliar a quem é vencido por um vício. São as seguintes:
1. Concentre-se no que ganhará se superar o seu vício. Muitos pensam que vão sair perdendo se deixam de usar droga, fumar ou tomar bebidas alcoólicas. É muito melhor ver o ponto de vista positivo, O fumante que tem problemas respiratórios, que tem uma mucosa permanente e que não sente gosto na comida, vai descobrir que uma salada pode ter um sabor incrível e que agora pode encher seus pulmões de oxigénio. Da mesma forma, um alcoólatra que teve um acidente, vai ver que quando sóbrio, pode dirigir com mais segurança e que sem drogas no sistema, o organismo rende melhor na escola e no trabalho. As vitórias de quem está livre dos narcóticos são tremendas, e um incentivo poderoso para conquistar novamente a alegria de viver.
2. Estabeleça objetivos: Abstinência contra o consumo controlado das substâncias. O caminho mais seguro é sempre a abstinência. Alguns especialistas sugerem o método progressivo de cortara droga. Quem fumava um maço por dia, pode fumar dois cigarros menos a cada dia, até chegar a abstinência total. Esse método funciona para algumas pessoas, mas não para todos. Essa pessoas decidem terminar tudo numa pancada só, como quando se corta o rabo de um cachorro. Mas o ponto principal é, acima do longo ou curto prazo, alcançar a abstinência definitiva. Essa é a meta que se tem que lutar sem parar., “sem pressa mas sem parar”, até que se tenha um novo estilo de vida saudável.
3. Descubra a função do seu vício pra você. “Por que bebe, fuma ou consome drogas? Quando o faz? Ao se sentir triste? É para esquecer alguma tristeza ou preocupação? O desejo é maior quando está triste, enjoado ou frustrado? Um paciente me comentou que ia ao bar quando a esposa dava bronca nele. Um jovem se trancava para não consumir mas via os amigos” e saía para drogar-se. Um estudante recorria as anfetaminas para melhorar seu rendimento nos estudos. “O que o vício está trazendo para sua vida?” Reconhecer essa razão o ajuda a encontrar a verdadeira solução, da mesma forma que ajudou a resolver os conflitos do casal do primeiro caso, ter amigos abstémios, como no segundo caso, e estudar mais, sem a ajuda de estimulantes que trazem, no longo prazo, mais contras do que prós.
4. Reconheça o papel importante que a atitute e as desculpas tem para determinar a sua emoção e vencer o consumo de substâncias. “De qualquer maneira iremos todos morrer” dizia um viciado ao explicar-me o risco que sua vida corria com o consumo. “Eu sou forte. Não me vai fazer nada”, acrescentou outro viciado, menosprezando os efeitos letais da cocaína. “Eu posso dirigir/conduzir com os olhos fechados”, argumentava um homem alcoolizado, ou ser advertido sobre o perigo de dirigir embriagado. Há desculpas racionais e irracionais. As primeiras estão de acordo com a realidade e são baseadas no comportamento são e moral. Os exemplos mencionados são expressões de desculpas irracionais que destorcem a imagem de si próprio e a realidade externa. Nunca se deve minimizar os efeitos altamente destrutivos das substâncias nem sobrestimar a própria capacidade de poder controlá-las.
5. Mantenha o controlo na frente da tentação. A tentação é repetitiva e viciante. Quando você cede, entra numa teia de aranha onde é difícil de escapar. Se você está dirigindo numa rodovia que tem um abismo ao lado, o melhor a fazer é dirigir o mais longe possível do abismo pra não cair. Para estar seguro, o melhor é ficar o mais longe possível do perigo, sem brincar e nem se expor aos seus riscos.
6. Aumente o seu nível de tolerância com respeito a frustração. Algumas pessoas não são capazes de tolerar o mínimo dos incómodos, contratempo ou a demora de satisfazer todos os seus desejos; não suportam nenhum sentimento ou situação desagradável. Não toleram a frustração. Nas crianças isso é um comportamento normal. Pro bebés, há que satisfazer-lhes suas necessidades de forma imediata, mas a medida que se cresce, é necessário aprender a controlar os seus impulsos e elevar o nível de tolerância. Isso é sinónimo de estar maduro e de ter se desenvolvido. A droga leva as pessoas ao estado do bebé. É necessário recuperar o controlo e a maturidade.
7. Desenvolva uma auto-aceitação incondicional. Um dos pensamentos de derrotados mais comuns é a convicção de que uma pessoa não é capaz de conseguir nada bom. Essa auto-avaliação negativa é extremamente prejudicial. A melhor forma de combater é aceitando-se a si mesmo e perdoar-se os erros. A auto-aceitação incondicional alimenta a confissão honesta e o leva a adquirir uma responsabilidade maior para o futuro. Dessa maneira, aumentam suas oportunidades para mudar essa dura realidade.
8. Conserve uma mentalidade sã com respeito a vida. Para manter uma abstinência e nao ter uma recaída ao consumo, é importante firmar os valores da vida e desenvolver uma mentalidade sã, vital e um sentimento importante da vida. Quando se entende que Deus dirige a sua vida, e que todos fomos chamados por Ele para levar adiante uma missão útil e valiosa, se fortalecem os valores superiores e se acabam com os impulsos autodestrutivos. Então a vida tem um novo significado, mais pleno e feliz.
Dryden W. y Matweychuk W. Cómo superar las adicciones. (Editorial Hispano Europea, S.A., Barcelona, España. 2003).
Por Mario Pereyra
Mario es doctor en Psicología, psicólogo clínico, terapeuta de familia, investigador y escritor. Actualmente es catedrático de la Universidad de Montemorelos, Nuevo León, México.
Revista El Centinela
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