O Deus da Bíblia, do Antigo e do Novo Testamentos, Deus do
Cristianismo, sempre recomendou a não adoração de Baal. Baal é um deus pagão.
Podem existir vários e o plural de Baal é Baalin (masculino). Dentre os
diferentes tipos de Baal, há um introduzido em Israel por Acabe, o
Baal-Melkart, há também o Baal-Zebube, cuja pronúncia era Belzebu, ou o
príncipe dos demónios, etc.
Baal era um falso deus. Nos tornamos parecidos com o deus
que adoramos, com aquilo que mais contemplamos. Você fica parecido(a) com o
deus que adora, seja por fixar-se na imagem como no caráter dele.
Adorar algo falso lesa a mente, pois somente as virtudes,
como a verdade, a justiça, a misericórdia, a honestidade, etc., constroem uma
mente saudável. E cada um faz a escolha de quem quer adorar, copiar, imitar.
Por isto, para preservar a saúde mental e espiritual dos
Seus seguidores, o Deus da Criação recomendou já no Antigo Testamento
expressamente que não se adorasse Baal, qualquer Baal.
Mas o que seria adoração a Baal hoje? Culto a Baal em pleno
século 21 envolve a exaltação do humano sobre o divino; louvor de líderes
populares; culto à riqueza material; exaltação dos ensinos da ciência sobre as
verdades da Revelação e exaltação da razão humana sobre a Palavra.
Acho irritante ouvir na média as exaltações extremamente
exageradas de personagens do mundo do desporto, dando-se apelidos que promovem
uma adoração destes indivíduos, como “fenómeno”, “imperador”, etc. Será que
deram algum apelido destes para algum cientista da Fio Cruz, da UFRJ, UERJ,
USP, etc.?
Quando você quer exaltar a si mesmo, uma ótima maneira de
fazer isto é exaltando outra pessoa ou instituição. É uma mediocridade, no
fundo, um vazio este culto a Baal feito pela média ao exaltar personagens, em
nosso país, especialmente do futebol, de modo superexagerado.
Há uma diferença entre admitir que determinado atleta é
realmente talentoso, e exaltá-lo como se ele fosse um deus. Mas como costumam
fazem isto, surgem os Baalins, ganhando salários absurdos e adorados pela
multidão fanática.
Você quer preservar sua mente de destruição neuronal? Não
fique exaltando seres humanos, ou instituições, líderes, pessoas mortais como
eu e você. Respeitar a pessoa, valorizar os feitos dela, reconhecer que ela tem
talento e se esforça para desenvolve-lo e praticá-lo, é importante, e podemos
fazer isto sem cair no culto a Baal. Mas também é importante pensarmos se as
pessoas que a média vive exaltando produzem algo de útil para a sociedade.
Produzem? Ou será que muitos destes endeusados, na verdade são um mal exemplo
para nossa juventude? Não são alguns deles indisciplinados, impulsivos,
agressivos, com amizades suspeitas, vida familiar irregular, etc.?
Já não seria um bom avanço se a média falasse 80% sobre
cientistas (sem fazer deles também Baalin) que se esforçam para fazer algo de
bom para a humanidade, e deixasse só uns 20% para falar destes personagens que
não contribuem nada para a sociedade, a não ser ganhar um campeonato?
Assisti parte de uma entrevista com um piloto de Fórmula 1.
O jornalista entrevistador, como de costume, ficava exaltando o piloto com
perguntas envolvendo elogios exagerados (culto a Baal). O piloto falou duas
coisas, basicamente, num certo momento que, para ele, eram o motivo de correr:
(1) ganhar corridas para o povo brasileiro e (vou usar as palavras dele),
(2)”Eu preciso correr, eu preciso correr, eu preciso correr!” Falou isto
demonstrando uma compulsão. O jornalista estava cultuando e promovendo o culto
de um indivíduo com compulsão para correr e que, por tabela, acaba ganhando
corridas, segura a bandeira do Brasil e o povo cultua Baal.
Parece antipático escrever sobre isto, não é? Mas é algo
sério. A gente se torna parecido com aquilo que mais contemplamos. O que a média
mais divulga e o que o povo mais contempla? O bom ou o mal? O útil ou o inútil?
Quer neurónios que funcionem bem? Evite os cultos a Baal.
Dr. Cesar
Vasconcellos de Souza