03/04/13

Jesus alguma vez disse claramente ser Deus?

O CONCEITO da Bíblia é claro. Não apenas é o Todo-poderoso Deus, Jeová, uma personalidade à parte de Jesus, mas Ele é sempre superior. Jesus sempre é apresentado como pessoa à parte e menor, um humilde servo de Deus. É por isso que a Bíblia diz claramente que “a cabeça do Cristo é Deus” assim como “a cabeça de todo homem é o Cristo”. (1 Coríntios 11:3) E é por isso que o próprio Jesus disse: “O Pai é maior do que eu.” — João 14:28, O fato é que Jesus não é Deus e nunca afirmou ser. - Deve-se crer na Trindade, pp.20.

Como vimos nessa citação, a STV afirma que Jesus nunca afirmou ser Deus, e se considerarmos suas obras e ensinos, devemos dizer que tal publicação está redondamente equivocada. Contudo, encontramos em algum lugar nas escrituras uma ocasião na qual Jesus afirma ser Deus? A resposta a essa pergunta é: Certamente!
Algumas afirmações são simples, mas claras. Por exemplo, Jesus afirmou ser o bom pastor (Jo.10.11), ofício que sempre foi de Jeová (Sl.23.1); Ele também afirmou ser o juiz de todos os povos (Mt.25.31s; Jo.5.27), mas esse cargo também é exclusivo de Jeová (Jl.3.12); Jesus também assumiu o título de noivo (Mt.25.1), título que pertence a Jeová (Is.62.5; Os.2.16). Jesus se auto-denominou luz do mundo (Jo.8.12), ao passo que Jeová é assim apresentado (Sl.27.1). Mas, diante dessas declarações alguém poderia objetar por dizer que isso não é evidência de que Jesus tenha dito ser Ele mesmo Deus. Contudo, convidamos os leitores a prosseguir.
Nas escrituras, Jeová sempre foi reconhecido com o Primeiro e o Último:
Quem tem estado ativo e tem feito [isso], convocando as gerações desde o começo? “Eu, Jeová, o Primeiro; e sou o mesmo com os últimos – Isaías 41.4
Assim disse Jeová, o Rei de Israel e seu Resgatador, Jeová dos exércitos: ‘Sou o primeiro e sou o último, e além de mim não há Deus – Isaías 44.6
Escuta-me, ó Jacó, e tu, Israel, meu chamado. Eu sou o Mesmo. Sou o primeiro. Além disso, sou o último – Isaías 48.12
Temos por certo que dizer que Jeová é o Primeiro e o Último, significa assumir que não existe ninguém antes Dele, nem depois Dele. Essa nomenclatura exclusiva de Jeová é assumida por Cristo no livro das Revelações:
E ao anjo da congregação em Esmirna escreve: Estas coisas diz aquele, ‘o Primeiro e o Último’, que ficou morto e passou a viver [novamente] – Revelações 2.8
‘Eis que venho depressa, e a recompensa que dou está comigo, para dar a cada um conforme a sua obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim – Revelações 22.12-13
Ao assumir esse título característico de Jeová, temos por certo que Jesus está dizendo ser Ele mesmo Deus. Nos dois textos de Revelações, vemos claramente que é Jesus o autor dessas frases, pois é o mesmo que morreu e voltou a viver, Aquele que vem sem demora. Não existe qualquer chance de esses textos falarem a respeito de Jeová, afinal, Ele mesmo jamais morreu e não prometeu voltar. É interessante que em Revelações, é recorrente a idéia de que Cristo voltará, aliás, o livro inicia e termina com essa expectativa (Rev.1.7; 22.20).
Bom, talvez até aqui alguém diga: “Tudo bem. Jesus disse ter títulos de Jeová, mas nunca afirmou categoricamente ser Deus“. Na verdade, temos que considerar ainda dois textos interessantes:
E quanto às quatro criaturas viventes, cada uma delas, respectivamente, tem seis asas; ao redor e por baixo estão cheias de olhos. E elas não têm descanso, dia e noite, ao dizerem: “Santo, santo, santo é Jeová Deus, o Todo-poderoso, que era, e que é, e que vem. – Revelações 4.8
Ao olhar para esse texto vemos a tríplice adoração como em Isaías (Santo, santo, santo). Também vemos o nome de Jeová Deus, a quem as criaturas viventes dirigem sua adoração. Na seqüência vemos a designação clara da superioridade de Jeová, como Todo-Poderoso, título que ninguém jamais recebeu. Também vemos a descrição da eternidade de Jeová, que era, que é e que vem. Em Revelações aquele que vem, sempre é Jesus Cristo, afinal Jeová nunca prometeu voltar. No livro de Revelações apenas Jesus poderia receber essa descrição, mas aqui Jeová a recebe.
Das duas uma: Ou Jeová é equiparado a Cristo ou Cristo equiparado a Jeová. Seja como for, esse texto CLARAMENTE atribui as mais importantes descrições divinas de Jeová (Digno de adoração, cujo nome é Jeová, Todo-Poderoso) a Cristo. Diante disso vemos claramente o fato de que Jesus não apenas aceita tal posição como as criaturas viventes na eternidade o reconhecem com facilidade.
Entretanto, alguém poderá dizer: “Ei, mas essa expressão não foi dita por Jesus!“. Isso é verdade. É que infelizmente os que procuram esconder tudo o que já vimos até aqui, precisam ver uma ocasião em que Jesus afirmou ser Deus. Bom, para esses devo lembrá-los de apenas mais um texto:
“Se tu és filho de Deus, lança-te para baixo; pois está escrito: ‘Dará aos seus anjos encargo concernente a ti, e eles te carregarão nas mãos, para que nunca batas com o pé contra uma pedra.’” Jesus disse-lhe: “Novamente está escrito: ‘Não deves pôr Jeová, teu Deus, à prova.’ – Mateus 4.6-7
Ao tentar Jesus Cristo, Satanás ofereceu a possibilidade de Jesus Cristo se jogar de cima do pináculo do templo com a promessa de que Seus anjos o iriam segurar. Em resposta ao pedido de Satanás, Jesus disse: “Não deves por Jeová, teu Deus à prova“. Nessa simples frase, Jesus disse: Pare de me tentar, eu sou Jeová teu Deus. Simples e claro. Nesse texto não há problemas textuais, problemas de tradução: Tudo está claro e direto: JESUS AFIRMOU SER DEUS.
Diante disso, jamais poderíamos dizer, como disse o autor no início desse post, que Jesus jamais afirmou ser Deus, nem que a Bïblia não o diz, afinal vimos que Jesus afirmou ser Deus em suas obras, ensinos, títulos e claramente na cena da tentação. Por isso, devemos assumir que diante do TODO das escrituras: Jesus, além de ser chamado claramente de Deus, também confirma isso.

Foi Jesus Acusado por se Apresentar como Deus?

“Os judeus responderam-lhe: “Nós te apedrejamos, não por uma obra excelente, mas por blasfêmia, sim, porque tu, embora sejas um homem, te fazes um deus”. João 10:33 (Tradução do Novo Mundo)
Este é um dos versículos talvez menos citados numa conversa com uma Testemunha de Jeová, visto que o principal seja Jo.1.1, em que o Verbo é declarado Deus. Mas este versículo revela algo que deveria ser óbvio: os judeus procuraram matar Jesus porque este havia se feito Deus (ou igual a Deus).

Todas as versões bíblicas respeitáveis que eu tenho em mãos (Bíblia de Jerusalém, LEB, TEB, TLH, Vulgata e outras) dizem que Jesus se igualou a Deus, não que alegou ser um deus (como outros deuses falsos). Vamos analisar o versículo.
Nas versões respeitáveis fica claro que Jesus estava afirmando ser Deus, não um deus qualquer. A TNM, na tentativa de ocultar este fato, incluiu o “um” na frente do “deus”. É óbvio que em grego não havia maiúsculos ou minúsculos para podermos diferenciar o Deus verdadeiro de um deus falso, mas não há este “um” na frente. Tentaram com isso fazer o mesmo que haviam feito em Jo.1.1 (que não tem nenhum “um” na frente de Deus). Mas a “comissão” não parou por aí. Além de incluírem “um”, na tradução em português colocaram deus minúsculo, para desviar a atenção dos incautos que Jesus é Deus. Os judeus esperavam que o Messias fosse o Filho de Deus (não um Filho de Deus) e sabiam que Ele teria a divindade. Quando acusaram Jesus de clamar ser igual a Deus, sabiam que era igual a Deus Jeová, não um deus falso. Jesus afirmou unicidade com o Pai (Jo.14.8-11) mas as Testemunhas alteraram todas as vezes que se falava “em mim” em “união comigo”.
Outro versículo em que Jesus mostra bem claro sua igualdade com Deus é em Jo. 5.18:
“Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”.
Notem que neste versículo as TJ não alteraram nada em sua tradução (não colocaram “igual a um deus”) mas deixaram como está. Lembremos que os judeus entendiam as Escrituras melhor que as Testemunhas de Jeová e entenderam que Jesus estava dizendo ser igual a Deus (não um deus). A palavra para “igual” aqui, em grego, é “ison”, que tem o sentido de “igualdade em qualidade e quantidade”. Jesus explica qualquer mal entendido em Jo.5.19-47 para mostrar que Ele tinha os mesmos atributos com o Pai (era igual em essência, não em pessoa). Os judeus não tinham gostado de Jesus ter “quebrado o sábado” e agora não tinham gostado mesmo Dele ter chamado a Deus de “seu Pai”. Eles sabiam que não tinha dito isto no mesmo sentido que eles chamavam a Deus de Pai mas que tinha dito que Deus era só o Pai “Dele” e ainda por dizer “ser igual a Deus”.
Portanto, estes dois versículos são a maior prova da deidade do Pai e do Filho e que as Testemunhas enganosamente alteraram o versículo de Jo.10.33 para ensinar outra coisa.
“O significado correto de isos em Jo. 5:18, ‘fazendo-se igual a Deus’ é claramente definido pela cláusula anterior, onde seus oponentes dizem que Ele tem a ‘Deus por seu Pai’ (em grego, idion patera, i.e. Seu Pai num sentido mais exclusivo; compare com idiou huiou de Rm. 8:32, aplicando o mesmo adjetivo para o Filho em Sua relação com o Pai, i.e. Seu Filho em um sentido que ninguém mais pode dizer que tem o mesmo título). Eles corretamente interpretaram a linguagem de Jesus como uma declaração de que Ele era o Filho de Deus de um modo que o colocava em igualde com Deus. A acusação contra Ele não foi por Ele ter dito que era ‘como’ (homoios), mas que Ele era ‘igual’ (isos), i.e., do mesmo grau e autoridade” (Enciclopédia Internacional Padrão da Bíblia, 1996)
Tudo prova na Bíblia que Jesus era Deus (compartilhava com o Pai a divindade) e não era “um deus” ou “agente de Jeová” como as Testemunhas alegam pois Jesus disse e fez coisas que somente a divindade podia fazer (Jo.5.1-19).