A mente humana tem sido comparada a um computador, em que a memória está a ser continuamente programada pró uma desta duas fontes: Cristo ou Satanás. Como um computador, o seu funcionamento depende da informação recebida. Depois de analisada a informação, a mente formula as suas decisões e o subsequente desenrolar da acção.
“Cristo é a fonte de todo o bom impulso.”(1) Ao contrário, “Satanás procura continuamente impressionar e controlar a mente, e ninguém estará a salvo a não ser que tenha uma constante ligação com Deus.” (2) “Há unicamente dois poderes que dominam a mente dos homens – o poder de deus e o de Satanás.” (3) “Satanás assume o domínio de qualquer mente que não esteja decididamente sob o domínio do Espírito Santo.” (4)
À clara e penetrante luz das afirmações anteriores, tentemos analisar como trabalham os dois grandes poderes, o Bem e o Mal. “Vinde pois, e arrazoemos…” (Is. 1:18) é a base do plano de trabalho de Deus com a família humana. “Em primeiro lugar, Deus pede o coração, os afectos.” (5)
“Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos.” (Prov. 23:26)
“O plano de começar pelo exterior e procurar operar interiormente tem sempre falhado e falará sempre. O plano de Deus para vós é começar na própria sede de todas as dificuldades – o coração – e então do coração hão-de jorrar os princípios da justiça; a reforma será tanto externa como interna.” (6)
Diz-se frequentemente sobre alguém que está a aprender a tornar-se cristão, “Só lhe falta abandonar este ou aquele mau hábito”. Posses, atitudes ou hábitos de vida não são o problema; são apenas sintomas do verdadeiro problema. Deus diz “…o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1ª Sam. 16:7). “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, pois dele procedem as saídas da vida” (Prov. 4:23)
“Como o fermento, misturado à farinha, opera do interior para o exterior, assim é pela renovação do coração, que a graça de Deus actua para transformar a vida. Não basta a mudança exterior para nos pôr em harmonia com Deus. Muitos há que procuram mudar, corrigindo este ou aquele mau hábito, e esperam desse modo tornar-se cristãos, mas estão a começar no lugar errado. O nosso primeiro trabalho é no coração.” (7)
Podemos ver facilmente que o método usado por Deus para alcançar o Seu objectivo para o homem é começar pela mente ou coração. Mas mesmo isto deverá acontecer mediante a nossa permissão voluntária. “Eis que estou à porta e bato…” (Apoc. 3:20). “Se quiserdes, e ouvirdes, comereis o bem desta terra” (Isaías 1:19).
“…Deus apenas aceitará serviço feito de livre vontade.” (8) Portanto, Ele não pode aceitar a obediência que resulte da obrigação, da força, ou mesmo da vontade de satisfazer uma consciência culpada.
“O homem que tenta observar os mandamentos de Deus apenas por sentir que é uma obrigação – porque é requerido que assim faça – jamais sentirá o prazer da obediência. Não obedece. Quando, por contrariarem a inclinação humana, os reclamos de Deus são considerados um fardo, podemos saber que a vida não é uma vida cristã. A verdadeira obediência é a expressão de um princípio interior. Origina-se no amor à justiça, no amor à lei de Deus” (9)
O método de trabalho de Satanás começou no Céu, onde foi bem sucedido nos seus esforços para difundir a rebelião que se iniciou na sua própria mente. “A sua táctica consistia em perturbar com argumentos subtis referentes aos propósitos de Deus. Tudo o que era simples ele envolvia em mistério e, através de uma ardilosa perversão, lançava a dúvida sobre as mais claras declarações de Jeová.” (10)
O seu plano foi tão eficaz que ele o tem vindo a aplicar, aqui na Terra, há sis mil anos.
“O inimigo é obreiro mestre, e se o povo de Deus não for constantemente guiado pelo Espírito de Deus, será enredado e preso.
“Há já milhares de anos que Satanás está a fazer experiências sobre as propriedades da mentes humana, e tem aprendido a conhecê-la bem. Mediante a sua obra subtil nestes últimos dias, está a ligar a mente humana com a sua própria, imbuindo-a dos seus próprios pensamentos; e ele está a fazer esta obra de maneira tão enganadora, que os que aceitam a sua direcção não sabem que estão a ser conduzidos por ele segundo lhe apraz. O grande enganador espera confundir a mente de homens e mulheres de tal maneira que nenhuma outra voz, a não ser a sua, seja ouvida.” (11)
O trabalho de Satanás começou no Céu, sugerindo dúvidas, questões e pensamentos de uma forma tão subtil, que os anjos não caídos não se aperceberam de que estavam a ser manipulados por ele. Expressavam pensamentos que tinham a sua origem nele, pensando que eram deles próprios (12). Um plano que funcionou tão bem no céu, funcionaria, sem dúvida, bem na terra. Nós somos testemunhas do seu sucesso.
Agora analisemos juntos esses planos. Os dois poderes procuram um controlo completo da mente, com exclusão do outro. Deus, através da submissão voluntária do homem a Ele; Satanás, pela insistência do homem na independência – uma dádiva do próprio diabo.
“O inimigo preparara-se para a sua última investida contra a igreja. Tem-se dissimulado de tal forma que muitos dificilmente acreditam que ele existe, muito menos se convencem da sua extraordinária actividade e poder. Esqueceram em grande parte o registo do seu passado. E quando ele der um passo em frente não o reconhecerão como seu inimigo, a velha serpente, mas como um amigo, alguém que está a efectuar um bom trabalho. Gabando-se da sua independência, obedecerão, sob a sua influência enganosa e maligna, aos piores impulsos do coração humano e, contudo, acreditam que é Deus que os está a servir Deus, mas ao inimigo de toda a justiça. Poderiam ver que a sua proclamada independência é um dos mais pesados grilhões que Satanás pode colocar nas mentes desequilibradas.” (13)