27/06/08

QUANDO RECEBEMOS A VIDA ETERNA?

Filipenses 1:20 a 24 – Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne.

Ao ler este texto, ficamos com a impressão que o Apóstolo Paulo ensina que o crente vai para o Céu assim que morre. Como compreender esta passagem bíblica?

A carta escrita à Igreja de Filipos, durante a prisão de Paulo em Roma. Paulo tinha estado preso pelo Evangelho em Jerusalém, perseguido em diferentes lugares e não tinha cessado de anunciar as Boas Novas. Anos se tinham passado, os crentes de Filipos e de outras igrejas fundadas pelo Apóstolo estavam muito preocupados com aquele que lhes tinha levado a esperança e o consolo da vida eterna em Jesus.
Por esta razão Paulo afirma: Filipenses 1:12 – ´E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho.´ É neste contexto, que o Apóstolo escreve (vs. 20 a 24). A sua vida está completamente centrada em Cristo, ele está disposto a fazer o que for melhor para magnificar a Cristo, continuar os seus labores com o seu Senhor ou morrer. Para ele o viver é Cristo. A morte, se Cristo assim o permitir, é ganho, não somente para ele pessoalmente, mas também para o Evangelho.
Se ele tivesse que fazer a escolha da vida ou da morte, não saberia qual escolher. ´Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.´
Este versículo é o que faz surgir a pergunta: Ao morrer une-se o crente a Cristo? Por outras palavras, vai para o Céu quando morrer?
Muitos cristãos, baseados nesta passagem, conluiem uma resposta afirmativa. Verificando atentamente a afirmação de Paulo, não é claro que seja isto que ele quis dizer. Há duas coisas que o Apóstolo deseja: 1) partir, isto é, morrer, e 2) estar com Cristo. Não está a dizer que o primeiro desejo se cumpra ao mesmo tempo que o primeiro. Não é este o ponto da sua apresentação.
Encontramos noutras epístolas em que ele tratou este assunto, como por exemplo, em: 1ª Tessalonicenses 4:15 a 18 – ´Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.´
É claramente afirmado, que a reunião de todos os crentes fiéis se dará por ocasião da gloriosa vinda de Cristo. É sabido que uma passagem bíblica, deve ser comparada com outras (hermenêutica) e Jesus consola os discípulos, quando estes tomam consciência que em breve ficariam sem o Senhor: João 14:1 a 3 – ´NÃO se turve o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.´ Cristo afirma ´virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também.´
Assim, disse-lhes que a reunião teria lugar na Sua segunda Vinda. Se a reunião acontecesse no momento da morte, Jesus teria dito: ´Já não falta muito para estarmos juntos para sempre, em breve alguns serão mortos por causa da vossa fé, outros morrerão de morte natural, e no momento da morte por qualquer causa que ocorra, vos reunireis comigo.´ Mas não foi isto que Jesus disse.
Paulo na passagem que estamos a apreciar não se pode contradizer, menos ainda, contradizer o que disse o Senhor Jesus, devemos concluir que ele esperava que o seu desejo de ´estar com Cristo” se cumprisse por ocasião da 2ª Vinda.
É importante acrescentar o seguinte: Quando os que dormem em Cristo – mortos que aceitaram a Jesus como Salvador pessoal – ressuscitarem, terão a sensação que tem uma pessoa que foi anestesiada para ser operada, a consciência que o tempo parou. Na morte não há consciência da passagem do tempo.
Ellen White afirma: ´Bendito descanso para o justo cansado! Seja longo ou breve o tempo, não é para eles senão um momento. Dormem, e são despertados pela trombeta para uma imortalidade gloriosa.´ O Conflito dos Séculos, p. 595.

SILÊNCIO NO CÉU

Apocalipse 8:1 – E, HAVENDO aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora.

Nesta passagem refere um silêncio no Céu durante meia hora. Estando esta passagem num contexto profético (dia-ano) dá uma semana, ou sete dias. No livro Primeiros Escritos, p. 16, diz que os remidos levam sete dias na ascensão ao Céu. Cristo, com as hostes angelicais, ao descer deve também demorar sete dias. Neste caso, serão, 14 dias, contando-se a descida e a subida. Não há aqui uma contradição?

Não há nenhuma contradição. O raciocínio apresentado a isso leva: a de que o tempo que Cristo e os anjos durará sete dias na 2ª Vinda. A velocidade de Cristo e da Sua corte angelical não será igual à dos remidos glorificados. ´Assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra até ao Ocidente, assim será a vido do Filho do Homem´. Rápida como um relâmpago.
Cristo é Deus e tem a faculdade de superar o tempo e o espaço. E os anjos? Lemos: Daniel 9:21 – ´Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde.´
Ora se no inicio de uma oração, o anjo recebe a ordem para sair do Céu e ir em auxílio de Daniel. A oração encontra-se em Daniel 9:4-19 e, no hebraico esta oração teria demorado cerca de 8 minutos.
Daniel ainda falava, quando o anjo Gabriel chegou. O mesmo acontecerá com os ´dez milhares´ de anjos que, segundo Primeiros Escritos, p. 16, descerão com Cristo. Assim, só nos resta o tempo da ascensão que, de facto, será de sete dias.

16/06/08

UMA VEZ SALVO, PARA SEMPRE SALVO?

Questão: Será que o pecador que aceita a Jesus, uma vez salvo, não se poderá nunca mais perder?
TEXTO BÍBLICO: João 10:27-29 - As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem. E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.

COMENTÁRIO: Esta declaração de Jesus significa que as Suas ovelhas não estão livres de perigo do inimigo, ninguém as poderá arrebatar das Suas mãos. Cristo tem poder para as guardar na medida que as suas vidas estejam dedicadas ao Senhor.

Todos corcodarão em que Deus concede ao pecador liberdade para escolher se aceitará ou rejeitará a salvação. Após ter aceite a Jesus como Salvador e ter sido perdoado dos pecados, Deus não suprimirá a liberdade da pessoa escolher o estilo de vida que deseje viver. A pessoa justificada poderá escolher permanecer salvo ou retornar à condição que tinha antes de ser salvo.

O tema da salvação, é apresentadao nas Sagradas Escrituras em três tempos verbais diferentes:
1- Passado - justificação obtida: Tito 3:5 - ´Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.´ Esta passagem, claramente indica que a pessoas é salva da penalidade do pecado.
2- Presente - justificação em operação: 1ª Corintios 1:18 - ´Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos (estamos sendo) salvos, é o poder de Deus.´ A pessoa está a passar por um processo de salvação, sendo liberta do poder do pecado.
3- Futuro - glofificação final: (1ª Pedro 1:5 - ´Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo.´ A pessoa será libertada total e definitivamente da própria presença do pecado.

A doutrina de que um cristão não poder perder a vida eterna tende a inspirar um sentimento de falsa segurança que poderá levar ao desastre. O Apóstolo Paulo admoestou contra esta situação ao dizer: 1ª Corintios 10:12 - ´Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.´ No contexto imediato ele lembra o exemplo da apostasia de muitos em Israel, mostrando que ´tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso.´ v. 11.
Ainda e à luz do triste exemplo de Israel, o próprio Apóstolo refere a possibilidade da su própria rejeição: 1ª Corintios 9:27 - ´Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado

Neste contexto ler: 1ª Coríntios 9:23 a 10:14.

Desta maneira, convém lembrar as palavras de Paulo dirigidas ao gálatas: Gálatas 5:4 - ´Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caístes.´ Os que cairam da graça é porque, anteriormente, estavam nela firmados.

Finalmente, como confirmação de qua a Bíblia aponta a possiblidade de uma pessoa genuínamente salva se poder perder no que diz respeito à salvação, é a constante exortação a perseverar na fé, examinemos as seguintes passagens:

Lucas 9:26 - Porque, qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos.

Mateus 24:13 - Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.

Colossenses 1:21-23 - A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou. No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis. Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.

1ª Timóteo 1:19 - Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.

2ª Pedro 2:20-22 - Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.

1ª Corintios 15:1 - TAMBÉM vos notifico, irmãos, o Evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão.



12/06/08

TEM A PESSOA O DESTINO MARCADO?

Muitas pessoas acreditam no destino e dizem que quando acontece alguma coisa de extraordinário, já estava destinado. Será que uma criança quando nasce, Deus já lhe traçou o que lhe vai acontecer?

Não há dúvida, antes mesmo do nascimento de qualquer pessoa, Deus já sabe como será essa pessoa e quais os episódios que irão ser marcantes na sua vida. A questão é; acontece porque Deus determinou que assim fosse ou pelo uso que a pessoa fizer do livre arbítrio?

O Senhor tem um propósito geral para o Universo e para cada pessoa, mas Ele não estabelece o destino da pessoa, nem força a vontade humana, tanto no que diz respeito aos interesses eternos como em relação aos interesses temporais. Propomos a leitura de alguns textos bíblicos:
Josué 24:15 – Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.

Isaías 55:1 – Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.

João 1:12 – Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome.

João 7:37 – E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba.

Apocalipse 22:17 – E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.

O propósito de Deus para todas as pessoas é que todos cheguem ao conhecimento da verdade e tenham uma vida feliz. Ver:

2ª Pedro 3:9 – O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânime para connosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.

João 10:10 – O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.

3ª João 1:2 – Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma.

Contudo, o Senhor não interfere na vontade individual, e cada pessoa colherá as consequências da maneira como emprega o livre arbítrio.

Naturalmente, os acontecimentos da vida estão sob o domínio de Deus, e Ele faz com que todas as coisas cooperem “para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito”. Romanos 8:28, também sucede que quando alguém se endurece no mal, o Senhor retira a Sua protecção dessa pessoa, e ela fica entregue ao domínio de Satanás. Não esqueçamos, porém, que em tudo isso a livre escolha da pessoa desempenha uma parte preponderante.

Para confirmar o que expomos vejamos estes três textos bíblicos:
Eclesiastes 9:11 – Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha, nem tampouco dos sábios o pão, nem tampouco dos prudentes as riquezas, nem tampouco dos entendidos o favor, mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos.
Ezequiel 18:26 – Desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na iniquidade, que cometeu, morrerá.
Ezequiel 18:27 – Mas, convertendo-se o ímpio da impiedade que cometeu, e procedendo com rectidão e justiça, conservará este a sua alma em vida.
Todo o capítulo 28 de Deuteronómio constitui cabal demonstração de que é atitude e a vontade da pessoa que influem grandemente no seu bem-estar futuro, tanto nas questões materiais como espirituais.

“A cada nação, a cada indivíduo de hoje, tem Deus designado um lugar no Seu grande plano. …Todos estão pela sua própria escola decidindo o seu destino, e Deus governa acima de tudo para o cumprimento do Seu propósito.” Educação, p. 178 – Ellen G. White

“Ver um acontecimento no futuro não faz com que o mesmo ocorra, assim como ver um acontecimento no passado tão pouco o leva a ocorrer. Quanto aos eventos futuros, podemos dizer com Whedon: ´O conhecimento apanha-os, mas não os origina´” – Strong, Systhmatic Theology, p. 286.

PREDESTINAÇÃO, SIM OU NÃO?

Ao ler atentamente Romanos 8:28-30, parece fundamentar a crença na eleição bíblica. Ou seja, certas pessoas estão predeterminadas para a salvação e outras para a condenação eterna. Leiamos os textos bíblicos e analisemos este delicado assunto.

Romanos 8:28-30 – E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogénito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.

HÁ textos que realmente parecem apoiar a doutrina Calvinista dos decretos irreversíveis de Deus. no entanto, o assunto poderá ser melhor entendido partindo desta premissa: Deus predestina carácter, e não pessoas. Carácter que Deus possa usar e desenvolver dentro do Seu plano.

Cada nome escrito no livro da vida do Cordeiro (Apocalipse 13:8 - E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.) é o nome de um carácter. Desses vários caracteres Deus tem os seus filhos. Essas pessoas viveram e vivem nesta terra sob aceitando a graça de Deus.

O carácter está no livro da vida desde o princípio. De um desses caracteres inscritos no livro da vida Deus chamou Caim, por exemplo. Caim, contudo, fracassou, e alguém foi chamado para tomar o seu lugar. Isto está claro em (Apocalipse 3:11 - Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa). Esse “tomar” significa substituição. Certamente Deus não nos admoestaria dessa forma, a menos que estivéssemos em perigo.

Tendo em mente esta verdade, isto é, que Deus elege caracteres e não pessoas, não é difícil entender-se os textos (aparentemente) difíceis como (Romanos 9:18-23 - Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição. Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou). Onde Paulo fala de ´vasos de ira, preparados para a perdição´ em contraste a ´vasos de misericórdia, para a glória que preparou de antemão´. Ambos os tipos de vasos foram eleitos, como caracteres, mas os de ira não permaneceram na condição de graça para que se desenvolvessem dentro do plano divino.

Nestes textos apresenta-se o soberano poder de Deus, o Seu direito de agir, a Sua longanimidade, a Sua bondade. Poderíamos exemplificar com o caso de Faraó. Ele não nasceu predeterminado para a destruir os israelitas, mas Deus consentiu que subisse ao trono para Ele (Deus) pudesse demonstrar o Seu poder e a Sua glória através de Faraó. Faraó teve o privilégio de presenciar o poder e a glória de Deus. Poderiam tais prodígios ter tocado o coração deste homem e levá-lo à obediência a Deus como o fez Nabucodonosor. Infelizmente assim não foi!

Outro ponto a considerar: que o destino de cada pessoa não é pré-determinado evidencia-se claramente em (II Pedro 1:10) - Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis,). Se o destino eterno de uma alma fosse fixado irrevogavelmente, como poderia ela ser exortada a tornar firme o seu destino? Ou como entenderíamos (Hebreus 3:14 - Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim.) Ou ainda (Mateus 24:13 - Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo)?

Ainda sobre o carácter, assiste-nos a faculdade de escolher o carácter que quisermos, e todos são convidados a escolher o que é recto, para a nossa salvação. (João 3:16 - Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.) e (Apocalipse 22:17 - E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida). Sem dúvida, sendo Deus Omnisciente, Ele sabe de antecedência que será salvo e quem se perderá. Para estudo a aprofundar, deixamos os seguintes textos:
Êxodo 20:6; Isaías 55:7; Ezequiel 33:11; 2ª Pedro 3:9.

Não nos estenderemos mais, convidamos a ler o seguinte pensamento: “A formação de um carácter nobre é obra de uma vida inteira, e deve ser o resultado de um esforço diligente e perseverante. Deus dá as oportunidade; o êxito depende do aproveitamento das mesmas.” Ellen G. White, Patriarcas e Profetas , p. 454.

Conclusão: Em Romanos 8:28-30 ensina o seguinte: que Deus pode conduzir aos Seus legítimos fins, às Suas verdadeiras metas todos aqueles que se Lhe submetem e aceitam os Seus planos e caminhos. Considerada no seu sentido correcto, a eleição bíblica ou predestinação é um assunto deveras confortador; considerada de maneira incorrecta, é desanimadora para a vida cristã.

09/06/08

SEPARADO ANTES DE NASCER

Tendo sido o Apóstolo Paulo separado por Deus, antes mesmo de nascer, porque razão só na estrada de Damasco, veio a conhecer o Evangelho e aceitá-lo? Como compreender Gálatas 1:15?

* - Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça.
Deus tinha o propósito de usar Paulo como Seu representante entre os gentios, mesmo antes de eles nascer. Naturalmente, esse propósito estava subordinado ao próprio critério do Apóstolo. Deus, de antemão, sabia que Paulo responderia ao chamado, quando este atingisse o seu coração.
O plano do Apóstolo era totalmente diferente do de Deus para a sua vida. O que aconteceu na estrada de Damasco, aconteceu como uma grande surpresa. No entanto, o descendente da tribo de Benjamim aceitou e reconheceu essa experiência como um acto especial da Providência divina, "convidando-o a seguir o plano traçado para a sua vida".
"Que me separou". Diz o Comentário Bíblico Adventista: "A evidência textual está dividida entre esta e a tradução: ´o que me pôs à parte´, isto é, para o ministério evangélico. Desde o nascimento, a educação e o treino de Paulo, a crença e a prática, tinham sido segundo a tradição do judaísmo (v. 14). Nada na sua experiência de vida o predispunha a rejeitar o sistema legal; de facto, cada coisa o motivava a continuar a praticar o que tinha feito até ali. Do ponto de vista humnao não havia explicação satisfatória para a sua mudança de crença na salvação pela lei para a salvação mediante a fé. A mudança pode ser atribuída únicamente à directa intervenção de Deus."

ESTAVA JUDAS PREDESTINADO?

Uma das questões frequentes; estaria Judas destinado a ser o traidor? Se sim, não teve culpa, porque não passou de um instrumento para cumprir o plano divino.

Judas não foi predestinado para trair Jesus. Em nenhum lugar na Bíblia se diz que Deus determinara a traição de Cristo. A traição foi prevista, ocorreu. O próprio Jesus sabia de antemão quem o ia trair, e revelou o facto antes que acontecesse. Ver:

* Mateus 26:20-25 - E, chegada a tarde, assentou-se à mesa com os doze. E, comendo eles, disse: Em verdade vos digo que um de vós me há de trair. E eles, entristecendo-se muito, começaram cada um a dizer-lhe: Porventura sou eu, SENHOR? E ele, respondendo, disse: O que põe comigo a mão no prato, esse me há de trair. Em verdade o Filho do homem vai, como acerca dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido. E, respondendo Judas, o que o traía, disse: Porventura sou eu, Rabi? Ele disse: Tu o disseste.

* Lucas 22:19-23 - E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós. Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa. E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído! E começaram a perguntar entre si qual deles seria o que havia de fazer isto.

* Marcos 14:17-21 - E, chegada a tarde, foi com os doze. E, quando estavam assentados a comer, disse Jesus: Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come, há de trair-me. E eles começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após outro: Sou eu? E outro disse: Sou eu? Mas ele, respondendo, disse-lhes: É um dos doze, que põe comigo a mão no prato. Na verdade o Filho do homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para o tal homem não haver nascido.

* João 13:21-30 - Tendo Jesus dito isto, turbou-se em espírito, e afirmou, dizendo: Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair. Então os discípulos olhavam uns para os outros, duvidando de quem ele falava. Ora, um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus. (Então Simão Pedro fez sinal a este, para que perguntasse quem era aquele de quem ele falava. E, inclinando-se ele sobre o peito de Jesus, disse-lhe: Senhor, quem é? Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o bocado molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão. E, após o bocado, entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que fazes, faze-o depressa. E nenhum dos que estavam assentados à mesa compreendeu a que propósito lhe dissera isto. Porque, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário para a festa; ou que desse alguma coisa aos pobres. E, tendo Judas tomado o bocado, saiu logo. E era já noite.

O plano divino não obrigava A, B, ou C a trair Jesus, mas o Senhor sabia que isto iria acontecer, e o confirmou. Aconteceu por sorte ou por azar, Judas entrar no enredo. Contudo, o traidor agiu livre e conscientemente na sua acção infeliz, e por isso foi culpado.

Diz o Ellen G. White: "O Salvador lia o coração de Judas. Sabia as profundezas da iniquidade a que, se o não livrasse a graça de Deus, havia de imergir. ... Abrisse ele o coração a Cristo, e a graça divina baniria o demónio do egoísmo, e mesmo Judas se poderia tornar um súbdito do Reino de Deus." O Desejado de Todas as Nações, p. 215.


Agiu, portanto, conscientemente.


03/06/08

FOI O BOM LADRÃO NAQUELE DIA PARA O CÉU?

OBJECÇÃO: “CRISTO DISSE AO LADRÃO NA CRUZ QUE ESTARIA COM ELE NO PARAÍSO” (Ver Lucas 23:43).

O texto, nas traduções portuguesas correntes, reza assim: “Disse-lhe Jesus: em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. Os crentes na doutrina de almas ou espíritos imortais apresentam ousadamente 1ª Pedro 3:18,20 numa tentativa de provarem que quando Cristo morreu na cruz desceu a pregar a certas almas perdidas que se encontravam no inferno. Mas essa pretensão manifesta-se logo desprovida de fundamento quando nos é apresentado este texto de Lucas 23:42 e se pretende que quando Cristo morreu na cruz foi imediatamente para o Paraíso. Cremos que Cristo não foi para o Paraíso naquela sexta-feira da crucificação, e pelos seguintes motivos:

Se o leitor comparar Apocalipse 2:7 com Apocalipse 22:1,2, verá que o Paraíso é onde está o “trono de Deus”. Portanto se Cristo foi para o Paraíso naquela sexta-feira à tarde, Ele foi para a própria presença de Deus; mas Cristo mesmo, na manhã da ressurreição, declarou a Maria, ao cair ela aos Seus pés para O adorar: “Não me detenhas (me toques) porque ainda não subi para Meu Pai, mas vai para Meus irmãos, e dize-lhes que Eu subo para Meu Pai e vosso Pai, Meu Deus e vosso Deus”. (João 20:17). Estas palavras de Cristo concordam perfeitamente com as palavras do anjo às mulheres que foram à sepultura: “Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia”. (Mateus 28:6). Ele tinha jazido na sepultura e esse foi o motivo porque disse na manhã da ressurreição: “Ainda não subi para Meu Pai”.

Temos, portanto, de ser colocados na embaraçante posição de tentar decidir se aceitamos as declarações feitas às mulheres por Cristo e pelo anjo na manhã da ressurreição, ou a declaração feita por Jesus ao ladrão na sexta-feira à tarde? Não, Cristo não se contradisse. Notai que a conjunção “que” não aparece no original deste versículo. Os nossos tradutores usaram o seu melhor critério em colocá-la onde a colocaram, mas o seu trabalho não foi certamente inspirado. Por isso não necessitamos de nos ater a essa introdução feita recentemente pelos tradutores, quando nos esforçarmos por determinar o pensamento dos escritores de há mais d 19 séculos.

Se os tradutores, que em geral fizeram excelente trabalho, tivessem posto o “que” de Lucas 23:43 depois de “hoje” em vez de depois de “digo”, não estaríamos em presença de uma contradição aparentemente insolúvel. As palavras de Cristo poderiam então ser correctamente compreendidas assim: Na verdade te digo hoje (neste dia em que parece que sou abandonado por Deus e pelos homens e morro como um criminoso comum) que tu estarás comigo no Paraíso. Em vez de ficar desprovida de sentido, a palavra “hoje” adquire um significado real.

Portanto, Cristo disse, segundo a língua original: Em verdade te digo hoje, comigo estarás no Paraíso – e não “que hoje”.

Construção da frase semelhante ocorre nos escritos do profeta Zacarias: “Voltai à fortaleza, ó presos de esperança: também hoje vos anuncio que vos recompensarei de dobro”. (Zacarias 9:12). O contexto mostra que a expressão “dobro” não devia ocorrer naquele próprio (hoje), mas era um acontecimento futuro. É evidente que “hoje” qualifica “declaro”, da mesma sorte que em Lucas 23:43 “hoje” qualifica “digo”, o que não só é gramaticalmente correcto, mas paralelo à linguagem de Zacarias. Não há pois contradição entre a mensagem dada ao ladrão e a comunicada a Maria. E, devemos acrescentar, não há entidade consciente introduzindo-se no Paraíso naquela triste sexta-feira à tarde.

ACERCA DO ESTADO INCONSCIENTE DO HOMEM NA MORTE

OBJECÇÃO: Quando Estêvão foi martirizado, orou: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito2. Actos 7:59. Cristo na cruz disse: “Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito”. Lucas 23:46. Isto prova que na morte o homem real, ou seja, a entidade imortal chamada “espírito”, deixa o corpo.

A palavra aqui traduzida por “espírito” deriva da palavra grega pneuma, o que sucede sempre que se lê “espírito” no Novo Testamento. O sentido primário de pneuma é “vento, ar”, e como a vida está associada tão intimamente com o ar que respiramos, penuma pode também significar “vida”. Não há nada na palavra pneuma que sugira uma entidade imaterial, consciente.

Estêvão não orou: “Recebe-me. Isto é muito significativo, porque certamente nesta oração está falando o homem real, e não apenas o invólucro, o corpo. Se Estêvão acreditasse que os justos vão para o Céu por altura da morte, seria legítimo esperar que ele orasse: “Recebe-me na glória”. Mas Estêvão, o ser animado – o seu pneuma, a sua vida.

Estêvão sabia que a sua vida era um dom de Deus. Ele podia dizer, como Job: “O espírito de Deus me fez. (Job 33:4). Este grande dom estava prestes a deixá-lo, e ele desejava confiá-lo à guarda de Deus agora que já não podia retê-lo por mais tempo. Ele acreditava na verdade, mais tarde expressa por Paulo: “A vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória”. (Col. 3:3,4). Estêvão sabia que no dia da ressurreição receberia de novo a vida, a vida imortal.

A maior parte do que acaba de ler-se acerca das palavras de Estêvão aplica-se, com toda a evidência, também às palavras de Cristo. Ele confiou à guarda de SEU Pai a vida que estava prestes a depor pelos pecados do mundo. na manhã da ressurreição o anjo de Deus O chamou desde o novo túmulo de José, para retomar a vida que voluntariamente tinha deposto. Assim lemos que Estêvão ao render o espírito, adormeceu. (Col. 7:60).