Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir. Mat. 12:32.
Fora justamente antes disso que Jesus operara pela segunda vez o milagre de curar um possesso, cego e mudo, e os fariseus haviam renovado a acusação: “Ele expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios.” Mat. 9:34. Cristo disse-lhes positivamente que em atribuir a obra do Espírito Santo a Satanás, estavam-se separando da fonte de bênçãos. Os que tivessem falado contra o próprio Cristo, não Lhe discernindo o caráter divino, poderiam receber perdão; pois mediante o Espírito Santo poderiam ser levados a ver seu erro e arrepender-se. Seja qual for o pecado, se a alma se arrepende e crê, a culpa é lavada no sangue de Cristo; mas aquele que rejeita a obra do Espírito Santo, assume uma posição que impede o acesso ao arrependimento e à fé.
É pelo Espírito que Deus opera no coração; quando o homem rejeita voluntariamente o mesmo, e declara que é de Satanás, corta o conduto por onde Deus Se pode comunicar com ele. Quando o Espírito é afinal rejeitado, nada mais pode Deus fazer pela alma. …
Não é Deus que cega os homens ou lhes endurece o coração. Envia-lhes luz para lhes corrigir os erros e guiá-los por veredas seguras; é pela rejeição dessa luz que os olhos cegam e o coração se endurece. Muitas vezes o processo é gradual e quase imperceptível. A luz chega até à alma por meio da Palavra de Deus, de Seus servos, ou diretamente por Seu Espírito; mas quando um raio de luz é rejeitado, dá-se o parcial entorpecimento das percepções espirituais, e a segunda revelação da luz é menos claramente discernida. Destarte aumenta a treva, até que se faz noite na alma. Assim se dera com esses guias judeus. Estavam convencidos de ser Cristo assistido por um poder divino, mas a fim de resistir à verdade, atribuíam a obra do Espírito Santo a Satanás. Procedendo desse modo, escolhiam deliberadamente o engano; renderam-se a Satanás, e daí em diante foram regidos por seu poder. O Desejado de Todas as Nações, págs. 321-323.
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