É um fato verdadeiro que ninguém pode vir a entender genuinamente a Palavra de Deus enquanto ele estiver apegado a uma ideia preconcebida sobre o sentido de determinada passagem. Muitas vezes ele é motivado a isso por interesse próprio. A ideia preconcebida é um bloqueio mental que resiste eficazmente à verdade. Observamos isso numerosas vezes na vida de Cristo, pois muitos dos judeus foram até Ele ao saberem dos grandes milagres que Ele realizava. Contudo, quando Ele não aceitou ser forçado a entrar no molde das ideias preconcebidas que eles tinham d´Ele quanto ao que o Messias deveria ser, eles foram embora decepcionados e aborrecidos, e foram no final os que gritaram: "Crucifica-O" “Crucifica-O" O orgulho, o preconceito e as ideias preconcebidas podem levar uma pessoa a fazer loucura.
Se o homem é uma criatura caída e depravada, e as Escrituras declaram esse facto com abundância, então não se deve jamais deixar a vontade da carne exaltar-se acima da vontade revelada de Deus. Na medida em que o Espírito de Deus é o Autor das Escrituras,
bem como o Interpretador delas, deve-se olhar somente para Ele a fim de se obter a interpretação certa desse Livro. "Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está" Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus." (1 Coríntios 2:11)
bem como o Interpretador delas, deve-se olhar somente para Ele a fim de se obter a interpretação certa desse Livro. "Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está" Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus." (1 Coríntios 2:11)
A fim de alcançar a interpretação certa das Escrituras, o homem deve ser submisso ao Espírito de Deus, pois há outros "espíritos" que certamente o desviarão se não buscar a liderança do Espírito. Em 1 Coríntios 2:11-12 mencionam-se três espíritos distintos que podem influenciar as reações do homem. Há: (1) O espírito humano, (2) O Espírito Santo, e (3) O espírito do inferno, que é Satanás no seu papel como o "deus deste mundo", 2 Coríntios 2:4. Pelo facto de que ele não é omnipresente como o Espírito de Deus, ele tem muitos "espíritos enganadores" “demónios " que o ajudam nos seus enganos, 1 Timóteo 4:1, e essas são as causas de todas as doutrinas falsas.
A submissão necessária para aceitar e receber a direção de Deus acha-se geralmente nas pessoas verdadeiramente nascidas de Deus, mas só nelas, é indicada na declaração de 1 Coríntios 2:12-14: "Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente". A diferença nesses dois tipos diferentes está na submissão do cristão a Deus.
Essa necessidade de submissão foi o que Jesus mencionou quando disse: "Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo". (João 7:17) Esse mesmo dever foi apresentado no Antigo Testamento, em Oséias 6:3: "Então conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR". Nada ajuda mais alguém a vir a interpretar corretamente as Escrituras do que ter uma vontade humilde e submissa para fazer a vontade de Deus, e nada perverte tão rapidamente a verdade como uma má vontade de fazer o que Deus tem revelado como Sua vontade. Essa Lei, pois, é de grande importância, e deve ser secundária só ao fato de que já se fez uma revelação da vontade de Deus. Nenhuma atitude do estudante da Bíblia é tão importante como essa.
"Assim como a Bíblia nos foi dada para propósitos práticos, influenciando caráter, conduta e destino, nosso estudo da Bíblia, para ser proveitoso, deve estar em linha com esses propósitos. O ponto central de toda lição, pois, será sua doutrina nessas questões, e essa doutrina deve ser de tal forma recebida pela fé e assimilada pela obediência a ponto de se tornar um conhecimento por experiência. "Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus". A confirmação contínua e certeza elevada de que estamos interpretando corretamente a Palavra divina pode vir somente aos que podem dizer: "Então conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor", no mesmo modo de experiência que traz suas bênçãos com cada passo a frente. "Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito"". " B. H. Carroll, An Interpretation of the English Bible (Uma Interpretação da Bíblia em Inglês), Vol I, p. 9.
Dá para ver facilmente a verdade de João 7:17 quando consideramos que todo ateu militante estuda as Escrituras, mas nunca chega a conhecer a verdade. O motivo disso é que ele estuda com o objetivo de refutar e derrubar os ensinos da Palavra de Deus, e por esse motivo, ele é incapaz de vir a entender verdadeiramente seu sentido. Sua atitude é errada, pois ele está determinado em sua oposição a Deus, e Deus pois não lhe dará a o discernimento para entender corretamente a verdade espiritual.
"Nessa declaração nosso Senhor declarou um princípio de suprema importância prática. Ele nos informa como certamente se pode alcançar o alvo em conexão com as coisas de Deus. Ele nos diz como se obter discernimento e certeza espiritual. A condição fundamental para se obter conhecimento espiritual é um desejo genuíno de coração de realizar a vontade revelada de Deus em nossas vidas. Sempre que o coração está reto Deus dá a capacidade de compreender Sua verdade". " A. W. Pink, The Gospel of John (O Evangelho de João), Vol. I, p. 385.
É um engano comum os homens suporem que eles têm a capacidade de entender as coisas espirituais somente pelo mero exercício das suas faculdades mentais naturais. Mas as Escrituras negam isso em muitos textos, pois as coisas espirituais progridem de acordo a leis espirituais, e só dá para as entender quando se reconhece essas leis espirituais e se submete ao Autor Divino das Escrituras. "E, ainda que tinha feitos tantos sinais diante deles, não criam nele; para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu na nossa pregação" E a quem foi revelado o braço do Senhor" Por isso não podiam crer, então Isaías disse outra vez: Cegou-lhes os olhos, endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, e se convertam, e eu os cure". (João 12:37-40) Esse mesmo texto de Isaías 6:9-10 é citado pelo menos em três outros lugares no Novo Testamento no mesmo contexto. "Pois quê" O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos". (Romanos 11:7) "Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido". (2 Coríntios 3:14)
É mediante o poder iluminador do Espírito de Deus que alguém pode entender as verdades espirituais da Bíblia. E é frequentemente verdadeiro que aqueles que têm mais conhecimento intelectual, pelo facto de que confiam nesse saber em vez de serem conduzidos pelo Espírito, chegam a entender com menos plenitude a verdade do que aquele que tem menos formação educacional, pois este está consciente da necessidade de ser instruída pelo Espírito de Deus.
Foi a própria promessa do Senhor que declarou: "Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir". (João 16:13) Observemos que o Espírito guiará em toda a verdade, e portanto quando alguém vier a conhecer a verdade, é mediante a obra do Espírito Santo e não por outro meio.
Por esta razão torna-se óbvio que a qualquer momento que alguém rejeita o ensino do Espírito Santo, e confia somente no raciocínio humano para entender a Palavra de Deus, ela imediatamente cai vítima da frustração e confusão. Há uma resistência à submissão ao Autor e Intérprete das Escrituras. Olhando com objetividade o caso não pode ser de outro jeito. Somente onde há uma plena submissão ao ensino e liderança do Autor das Escrituras pode a capacidade de entender profundamente o verdadeiro sentido delas ser recebida.
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