24/07/08

CRIANÇAS, VELHOS E MALDIÇÃO NA NOVA TERRA

Qual o significado do texto de ISAÍAS 65:20?

Isaías 65:20 – Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; porém o pecador de cem anos será amaldiçoado.
Devemos ter em mente que uma boa parte das profecias do Velho Testamento é de duplo cumprimento: um local e outro futuro. Um refere-se ao Israel literal, outro ao Israel espiritual.
Isaías 65:17-25, o Profeta fala sobre os novos céus e a nova terra que Deus Se proporia instaurar se Israel atendesse às mensagens dos profetas e cumprisse o propósito divino, após a libertação do cativeiro. Isto, no entanto, não aconteceu. Ao contrário, Israel falhou.
Em Israel não se cumpriram as condições da nova terra. Temos, então, de encontrar a aplicação futura. É fácil concluir que esses versículos apontam para novos céus e Terra Restaurada a serem estabelecidos no fim do milénio.
O texto de Isaías 65:20 (cabeçalho), como está na Edição Revista e Actualizada no Brasil: “Não haverá mais nela (na Nova Terra) criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado”.
Interpretando a passagem em relação ao Israel literal (histórico), nota-se pelas expressões “não haverá criança para viver poucos dias”, que Deus prometia acabar com a mortalidade infantil. Não haveria mortes prematuras. Os anciãos não morreriam antes de terem vivido todo o período designado por Deus.
Da mesma forma, os jovens não morreriam antes de terem vivido o tempo determinado pelo Senhor – um período fixado em cem anos. Tal seria a situação de Israel, caso obedecesse à vontade do Senhor.
Face ao fracasso de Israel, e como Deus está agora a realizar o Seu propósito através da Igreja Cristã, esta passagem do livro do profeta Isaías não se cumprirá com aqueles pormenores. O Novo Testamento esclarece bem este ponto.
Nos novos céus e a na Nova Terra a serem instaurados no fim do milénio, não haverá morte de modo algum, como se lê: Apocalipse 21:1 a 4 – “E VI um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.
E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.”
Não há maldição alguma, em nenhuma idade. O sentido foi ampliado para o infinito.
Conforme as Escrituras, o Evangelho do Reino será proclamado a todo o Mundo, Jesus virá, destruirá os ímpios, mas levará os fiéis para o Céu. Mil anos mais tarde, o Senhor voltará, ressuscitará oa ímpios, executará o castigo final, RECRIARÁ A TERRA e a entregará aos salvos glorificados, para que se torne a sua habitação por toda a eternidade.
Desta maneira, quando uma passagem da Bíblia é comparada com outras passagens paralelas (ou relativas ao mesmo assunto), e os planos e propósitos de Deus são interpretados em primeiro lugar em relação ao Israel literal, e depois com referência à Igreja Cristã (Israel espiritual), verifica-se que existe perfeita harmonia entre os textos que descrevem acontecimentos futuros e assuntos paralelos.

PROMESSA PARA ISRAEL: Isaías 65:20
1- Novos céus e nova terra (melhores condições climáticas e ecológicas).
2- Generoso limite para a vida humana.
· Não morreriam criancinhas, jovens e os anciãos completariam os seus dias de 100 anos.
· Para o pecador, a maldição o atingiria aos cem anos. Quando morresse, estaria selada a sua punição.
Nota: Israel falhou, e as promessas não foram concretizadas.


PROMESSA PARA OS CRISTÃOS (Apocalipse 21:4; 22:3)
1- Novos céus e Nova Terra (condições paradisíacas).
2- Nenhum limite para a vida.
· Não existirá morte para ninguém (crianças ou velhos).
· Não haverá mais qualquer maldição.
Nota: Os fiéis não falharão, e habitarão na Nova Terra.

22/07/08

ESPÍRITOS EM PRISÃO

INTRODUÇÃO
1ª Pedro 3:19,20 - No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão. Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água.
"ESPÍRITOS EM PRISÃO". Esta frase tem confundido a muitos, porque têm a ideia de que um espírito seja um homem ´desencarnada' , existente algures numa região inferior. Daí dizerem que, entre a crucifixão e a ressurreição, Jesus foi a esse lugar, seleccionou os espíritos dos antediluvianos dos dias de Noé, e pregou, concedendo-lhes segunda oportunidade de salvação. Isto envolve os erros da consciência na morte; da existência de um lugar, como seja o purgatório; da possibilidade de uma segunda oportunidade; da descida de Cristo ao inferno, suposto local dos espíritos desencarnados.

"Nos dias de Noé". Aqui está a chave para se descobrir a época da pregação. Noé foi o instrumento usado por Cristo e pelo Espírito, e por ele a mensagem do arrependimento foi pregada, antes do Dilúvio: "O Apóstolo Pedro passa do exemplo de Cristo ao do mundo antigo, e apresenta aos judeus, a quem escrevia, o acontecimento referente aos que creram na pregação de Cristo por intermédio de Noé, e obedeceram - atitude bem diversa daquela dos que continuaram desobedientes e descrentes - dando a entender aos judeus que eles se encontravam sob sentença semelhante. Deus não iria suportar por muito mais tempo". - Mathew Henry.

Noé foi um "pregador da justiça" (2ª Pedro 2:5) e de Génesis 6:3 ressalta bem claro que o Espírito de Deus estava com ele.

Se compararmos Lucas 4:18-21; Isaías 42:7 e 61:1 veremos que Jesus compreendia que a obra que deveria realizar era a "abertura da prisão aos presos". Achavam-se ligados em pecado, e Cristo devia fazer essa obra, porquanto sobre Ele estava "o Espírito de Jeová". O que Jesus fez durante o Seu ministério, foi feito por Noé na sua época.

Adam Clarke, concluíndo pela impossibilidade de se tratar de "espíritos desencarnados", diz que a frase "os espíritos dos justos aperfeiçoados" (Hebreus 12:23) "certamente se refere a homens justos, e homens que estão na igreja militante; e o Pai dos ´espíritos´(Hebreus 12:9) é uma referência a homens ainda no corpo; e o ´Deus dos espíritos de toda a carne´(Números 16:22 e 27:16) significa homens, não em estado desencarnados".

O Dr. Pearson, da Ingreja Anglicana, diz: "É certo, pois, que Cristo pregou àquelas pessoas que nos dias de Noé era desobedientes, em todo o tempo em que a ´longanimidade de Deus esperava´e, consequentemente, enquanto era oferecido o arrependimento, e é igualmente certo que Ele nunca lhes pregou depois de terem morrido".

Vemos assim que mesmo eminentes teólogos, que acreditam na imortalidade da alma, admitem que essa passagem não ensina a doutrina da alma imortal. (Revista Adventistas, Março de 1963, ps. 31,32.

Quem eram esses "espíritos em prisão" e como Cristo lhes pregou é correctamente explicado por João Wesley: " Por meio de que Espírito pregou Ele? - Através do ministério de Noé, aos espíritos em prisão - os homens perversos antes do Dilúvio. ... Quando a longanimidade de Deus esperava? - Durante cento e vinte anos, por todo o tempo em que estava a ser preparada a Arca; quando então Noé os admoestava a que fugissem da ira futura." - Explanatory Notes Upon the New Testament, p. 615.

03/07/08

A PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO

INTRODUÇÃO: Prova esta parábola a imortalidade da alma? Como entender este assunto, que nos deixa perplexos?
Ver Lucas 16:19-31.


A parábola do rico e Lázaro representa os mortos como indo para um estado intermediário, onde os justos são tratados amorosamente por Abraão, num lugar chamado ´seio de Abraão´; e os ímpios, num outro lugar, mantidos numa condição de tormento. Ambos estão em tal situação que se podem ver, até manter uma conversa, embora separados por um grande abismo ao qual ninguém pode atravessar.
O que se revela interessante nesta parábola é o facto de ser a única relatada deste género. É o único lugar nas Escrituras onde se menciona um tal lugar como o ´seio de Abraão´, ou onde os ímpios são descritos como sofrendo agora em tormentos por causa dos seus pecados, ou onde os mortos são representados como num contínuo estada de consciência.
Em primeiro lugar, devemos ter consciência que esta história é uma parábola. Este facto é revelado pelo próprio contexto bíblico que apresenta uma série de cinco parábolas em Lucas 15 e 16. Este relato do rico e Lázaro é reconhecido como uma parábola por estudiosos da Bíblia e é assim apresentada na relação de parábolas bíblicas constante nos livros de Estudos Bíblicos, Comentários, etc.
É óbvio que uma doutrina não pode ser estabelecida com base numa parábola. Os detalhes desta parábola não provam a condição dos mortos assim como a parábola das dez virgens não provam que os membros da igreja se dividirão exactamente num proporção de metade salvos e metade perdidos.
Ao examinarmos as condições declaradas nesta alegoria, encontraremos provas adicionais de que esta parábola não representa as condições da morte.
Estão os ímpios mortos a sofrer actualmente? Descobrimos que não estão, pois estão reservados ´para o dia do juízo´(2ª Pedro 2:9). Se estão reservados para serem punidos, então é porque não o estão a ser agora. Nem mesmo os demónios estão a ser punidos presentemente. Eles também estão ´reservados…para o juízo do grande dia´(Judas 6). Os demónios disseram mesmo a Jesus: ´Viestes aqui atormentar-nos antes do tempo?´ (Mateus 8:29). Chegará o dia em que todos os transgressores serão punidos, contudo sabemos que este tempo ainda não é chegado.
Estão os mortos conscientes? Esta parábola representa os mortos como estando num estado de consciência e tendo a possibilidade de falar, de ouvir, sede e sentimentos, bem como manifestam interesse por aqueles que ainda estão vivos. Todas estas coisas, a Bíblia declara que os mortos não podem fazer.
´O seio de Abraão´. Sabemos que não existe um lugar literal com esse nome como prova disso apresentamos os seguintes exemplos:
1- As Escrituras dizem claramente que os mortos não sabem coisa nenhuma; que eles não amam, nem estão conscientes sobre o que se passa com os vivos. Não podem manter vias as suas próprias almas, de modo que almas mortas saga significa (Ezequiel 18:20; Tiago 5:20).
2- Só na Segunda Vinda de Jesus os ´bons” e os ´maus´ serão separados. É nessa ocasião, disse Jesus, que Ele separará as ovelhas dos bodes – os justos dos ímpios – e convidará os justos a tomarem posse da sua recompensa (Mateus 25:31-34).
3- Abraão, representado como aquele que tem a responsabilidade desse local e como o que fala das necessidades e condições daqueles que ainda vivem, nada sabe a nosso respeito. A Bíblia diz que Deus é nosso Pai, ´ainda que Abraão não nos conhece´ (Isaías 63:16). Ele não nos conhece porque todos os mortos estão inconscientes do que se passa entre os vivos: ´Os mortos não sabem coisa alguma´. Eclesiastes 9:5.
Os homens morrem e vão para a sepultura. Dormem no pó da terra até ao dia da Ressurreição, ocasião em que serão chamados dos sepulcros. Esta verdade, não deixa lugar para a existência de um local intermediário tal como descrito nesta parábola. Assim, precisamos de a compreender como uma alegoria apresentada por Jesus para ensinar uma lição importante.
Para que propósito foi dada esta parábola do rico e de Lázaro? A resposta é evidente. De uma forma vívida revela como termina o tempo de graça para o homem com a morte. Após a morte não há segunda oportunidade. Esta parábola serve para demonstrar o desespero futuro dos infiéis.
Que o homem tem todas as evidências da verdade necessárias nesta vida é evidenciado na parábola: ´Eles têm Moisés e os profetas (as Escrituras)…Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tão pouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos´.
Os homens determinam o seu destino para sempre nesta vida. Esse destino estabelecido é representado pelo ´grande abismo´ da parábola. Tal abismo não pode ser ultrapassado por qualquer mortal após ter passado o tempo de graça que lhe é assegurado nesta vida.
Que há um fim ao tempo de graça concedido por Deus é evidente pelo facto de que os anjos caídos deixaram de estar sob a graça, mas reservam-se para o juízo, quando serão punidos. Deus é um Deus de justiça e de misericórdia, e para aqueles que pecaram e persistem no pecado, recusando a concedida misericórdia, o juízo ser-lhes-á aplicado. Esse facto é realçado na parábola.