11/12/11

DEUS RESPLANDECE DAS TREVAS

A correta interpretação da Bíblia deve começar com a verdade básica de que Deus deu uma revelação de Si mesmo e a Sua vontade. Sem isso, o homem estaria no mar sem estrelas ou sem bússola, e todos os seus pensamentos do que é a vontade de Deus não seriam nada senão a imaginação de seu próprio coração e mente depravados. Pela natureza ninguém entende a verdade de Deus, pois ela está numa esfera estranha ao pensamento do homem. Assim lemos em 1 Coríntios 2.14. O pecado perverteu de tal forma o pensamento humano que o homem não pensa como Deus pensa, Isaías 55.7-9. Daí, a verdade de Jeremias 10.23.
Os primeiros versículos da Bíblia, Génesis 1.1-6, sugerem essa revelação que Deus fez de Si mesmo, pois embora os versículos 3-5 estejam relacionados à luz literal, é certo porém que há um simbolismo aí que é explicado mais tarde como tendo a ver com iluminação espiritual, 2 Coríntios 4.3-6. Observe aqui o versículo 6 em particular: "Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, [referindo-se a Génesis 1.3-5] é quem resplandeceu nos nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo." Aqui está a revelação de Deus de Si mesmo, e essa revelação foi feita com a maior plenitude e conclusão com a vinda do Filho de Deus numa natureza humana, conforme lemos em João 1.18: "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigénito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer". Muitas vezes as Escrituras mostram que as coisas literais têm um sentido simbólico e típico que não é evidente à primeira vista.
Essa primeira e importantíssima Lei de Interpretação da Bíblia " A Lei da Revelação " é tal que se não formos sólidos nela, não poderemos ser sólidos em nada mais, por mais sinceros ou zelosos ou instruídos que possamos fora disso ser. É isso o que mostra Isaías 8.20. "À lei e ao testemunho" Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há nenhuma luz neles". Isso é suficientemente claro, não é "Toda luz espiritual = verdade " corresponderá à Lei e ao Testemunho de Deus.
Essa Lei é que Deus revelou tudo o que alguém precisa saber sobre todas as coisas espirituais. Ele não falou extensivamente nas esferas da ciência, matemática, genética e muitas outras esferas, mas onde Ele falou nessas áreas Ele falou em verdade. Lemos em Deuteronómio 29.29 acerca do dever humano com relação à revelação de Deus dos assuntos espirituais. "As coisas encobertas são para o SENHOR, nosso Deus; porém as reveladas são para nós e para nossos filhos, para sempre, para cumprirmos todas as palavras desta lei". Deus reservou muitas coisas secretas para Si, e o homem não tem nem a capacidade de conhecê-las nem lhe compete sondá-las, mas ele está sob a obrigação de saber e fazer o que foi revelado. E ele está por natureza sob maldição por negligenciar saber e fazer o que foi revelado, Gálatas 3.10.
Essa Lei da Revelação terá relação com quatro verdades básicas, a primeira sendo A Revelação do próprio Deus, da qual já falamos brevemente. Embora a própria criação testemunhe da existência de Deus, e o Salmo 19.1-4 deixe toda a humanidade sem desculpa por não se submeter a Ele, Romanos 1.18-20, contudo há muitas coisas sobre Deus que o homem não poderia saber se não fosse pelo fato de que Ele as revelou nas Escrituras.
O primeiro versículo da Bíblia é um testemunho da natureza triuna da Divindade, pois a palavra "Deus" traduz o substantivo hebraico Elohim. A palavra raiz "Eloh" significa literalmente "o Forte", e isso é evidenciado em que esse Forte criou o mundo, e tudo o que está nele, de modo que todos pertencem a Ele por direito de criação, 1 Coríntios 10.26. Essa verdade acusa todo ser humano que não vive em submissão à vontade de Deus. A terminação "-im" é a terminação plural das palavras hebraicas. E aqui é necessária uma explicação. Em português temos substantivos no singular, referindo-se a um, e no plural, referindo-se a dois ou mais. Mas a língua hebraica é diferente, pois tem três números: singular " um; dual " dois; e plural " três ou mais. Daí, a terminação plural desse substantivo se refere a Deus "o Forte " como um Ser uniplural