27/04/10

A TRINDADE

1) A palavra Trindade encontra-se na Bíblia?

2) O Pai, o Filho e o Espírito Santo são coiguais, coeternos?
3) Que sentido se pode dar a João 1:1 e 10:30?
4) Se o Filho for eterno como o Pai, por que é Ele chamado “o Primogénito de Toda a Criação”, “o Principio da Criação de Deus” Apocalipse 3:14?


1) O vocábulo “Trindade” não se encontra na Bíblia, mas a Palavra de Deus faz muitas alusões aos três Seres que constituem a Divindade, e na teologia escolheu-se a palavra “Trindade” para designá-los.
Declara o The Westminster Dictionary of the Bible: “Embora não exista uma simples passagem nas Escrituras em que são resumidos e explicados todos os pormenores deste grande mistério, não faltam textos em que as três Pessoas são reunidas numa maneira que expõe imediatamente a sua unidade e distinção. A mais importante delas é talvez a fórmula batismal no nome trino e uno… (Mateus 28:19), e a bênção apostólica em que a bênção divina é implorada de cada uma dessas pessoas, por sua vez (2ª Coríntios 13:13) “ – p. 207.
2) A igualdadde de Cristo com Deus Pai é demonstrada de muitas maneiras no Novo Testamento: a) Honrar o Filho é honrar o Pai (João 5:23); b) ver a Cristo é ver a Deus (João 14:7-9); c) Conhecer a Cristo é conhecer o Pai (João 14:7); d) Crer em Jesus é crer em Deus (João 12:44); e) Cristo fez as mesmas coisas que o Pai (João 5.19); f) Cristo ressuscita os mortos assim como faz o Pai (João 5:21); g) Cristo possui vida em Si mesmo da mesma maneira que o Pai (João 5:26).
“Falando da Sua preexistência, Cristo remonta a eras sem data. Assegura-nos que jamais houve tempo em que Ele não estivesse em íntima associação com o Deus eterno”. E.G.White, em The Signs of the Time, 29 de Agosto de 1900.
3) Que sentido se pode dar a João 1:1: – Aí salientada a “continua, eterna e ilimitada existência de cristo antes da Sua encarnação. Na eternidade passada não houve um ponto antes do qual se poderia dizer que o Verbo não existia. O Filho ´estava com o Pai desde toda a eternidade´(Atos dos Apóstolos, p. 39). ´Nunca houve tempo em que Ele não estivesse em íntima comunhão com o eterno Deus´(Evangelismo, p. 615)”. – The SDA Bible Commentary, vol. 5, p. 896.
João 10:30 – “Jesus mencionou a Sua unidade com o Pai na vontade, propósito e objectivos. O pai Se encontrava detrás das palavras e ações de Jesus. Além disso, essas palavras encerram o sentido da estreita relação de Jesus com o Pai. Os judeus interpretaram as Suas palavras como uma pretensão à divindade”. Idem, p. 1008.
Os versos imediatos a João 10:30 mostram que os judeus qualificaram de blasfémia a declaração de Cristo, pois apanharam pedras para o lapidar. “Sendo Tu homem te fazes Deus a Ti mesmo”, era a acusação deles (ver vs. 31 a 33). Atitudes semelhante tiveram ao Jesus identificar-Se com o “Eu Sou” do Velho Testamento (ver João 8:58,59).
4) Cristo é o “Primogénito de toda a criação” no sentido de que assim como o primogénito de uma família real goza de especial dignidade e prestígio, assim a “posição de Cristo é incomparável, autorizada e absoluta. Foi investido de todas as prerrogativas e autoridade no Céu e na Terra”
“O sentido então é que Cristo ocupa a mais exaltada posição no Universo. Ele sobressai entre todos os outros; está `frente de todas as coisas. É o Filho de Deus e o herdeiro de tudo. Todos os outros seres são também ´descendência de Deus´; mas Ele é exaltado como o Filho de Deus, mais do que todos”. – Alberto Barnes, em Notes Expository and Practical on the Gospels.
Nem sempre o primeiro nascido tem a primazia de primogénito, como os exemplos de Manasses e Efraim ilustram (ver Gén. 48:17-20), ou a experiência de Jacó e Esaú. Em ambos os casos os mais novos passaram a desfrutar da primogenitura por razões especiais.
Cristo é o “Princípio da criação de Deus” porque a palavra archê (traduzida por “principio”) significa que Ele é a origem, ou a fonte principal da criação de Deus, e encerra também a ideia de primazia em poder, supremacia, autoridade, etc. (Ver Colossenses 1:18). “Todas as coisas foram feitas por intermédio d´Ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. João 1:3.
É interessante notar que a palavra grega archê, usada em Apocalipse 3:14, consta da raiz da palavra traduzida por “autor” em Hebreus 12:2.
Finalmente, uma comparação de várias passagens do Velho Testamento que se aplicam especialmente ao Pai, Jeová, com textos correspondentes no Novo Testamento, que se referem a Cristo, adiciona luz sobre a questão, demonstrando que os cristãos trinitarianos não laboram em erro ao ensinarem a igualdade de Pai, Filho e Espírito Santo:
a) A pedra de tropeço que esmaga: Isaías 8:13-15 com Lucas 20:17 a 19.
b) “O primeiro e o último”: Isaías 44:6 e 48:12 com Apocalipse 1:17; e 2:8.
c) Jeová virá trazendo o galardão: Isaías 40:10 com Apocalipse 22:6,7 e 12.
d) Todo o joelho se dobrará antes o Juiz: Isaías 45:21, 23 com Romanos 14:10 a 12; 2ª Coríntios 5:10.
e) O preço (salário), 30 moedas: Zacarias 11:11-13 com Mateus 26:15 e 27:1-10.
f) “Jeová, justiça nossa”: Jeremias 9:23,24; 23:5,6 com 1ª Coríntios 1:30,31.
g) Levou cativo o cativeiro: Salmo 68:17,18 com Efésios 4:7-10.
h) O Criador do Universo: Salmo 102:22 e 25-28 com Hebreus 1:8-12.
i) O Deus aguardado: Isaías 25:8,9 com Tito 2:13.
j) O “Eu sou”: Êxodo 3:14 com João 8:58.
l) Isaías 6:1-10 com João 12:36-41 e Atos 28:25-27 (aplicação das palavras de Jeová como tendo sido proferidas pelo Espírito Santo).

20/04/10

SÁBADOS E SÁBADO

Quais eram os sábados “cerimoniais” e em que diferiam do sábado da lei moral?
Em Levíticos 16 e 23, Números 28 e 29 estão enumerados os vários dias de festa para os israelitas, como sejam: a Páscoa (Números 28:16); a Festa dos Pães Ásimos (Num. 28:17); a Festa da Colheita ou Pentecostes (Êxodo 23:16; 34:22; Números 28:26; Actos 2:1); a Festa das Trombetas (Números 29:1); O Dia da Expiação (Números 29:7) e a Festa dos Tabernáculos (Êxodo 23:16; Lev. 23:34; Num. 29:12).
Cada um desses dias festivos constituía uma “santa convocação” e era um dia de descanso, palavra que no hebraico é a mesma de sábado. Contudo, eram dias móveis dentro da semana, pois o Dia da Expiação, por exemplo, caía no 1º dia do 7º mês sempre, ou seja, era um dia solene, um feriado religioso para Israel, um “descanso” (Shabbat) que caía em qualquer dia da semanal. E quando coincidia de esse dia cerimonial festivo cair num sábado do 7º dia semanal, era chamado “sábado grande”.
A Bíblia na Linguagem de Hoje, em S. João 19:31 explica: “Então os judeus pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos que foram crucificados, e os tirasse das cruzes. Pediram isto porque era sexta-feira, e não queriam que os corpos continuassem ali, no sábado. Aquele sábado era considerado especialmente santo”. A razão de “aquele sábado” ter esse carácter especial é porque nele também se comemoraria a Páscoa, outro dia feriado de descanso, ou seja, outra sábado, mas, cerimonial.
Basta uma leitura atenta do capítulo 23 de Levítico para perceber que esses dias religiosos feriados (descanso, ou “sábado” cada um deles – ver Levítico 23:27; 32,39, etc.) são diferenciados do sábado da lei moral. E os versos 37 e 38 tornam isso mais do que claro: “São estas as festas fixas do Senhor que proclamareis para santas convocações …além dos sábados do Senhor.”

19/04/10

QUEM ERA O APÓSTOLO PAULO?

“Ele era um homem de pequena estatura”, afirmam os Actos de Paulo, escrito apócrifo do segundo século, “parcialmente calvo, pernas arqueadas, de compleição robusta, olhos próximos um do outro, e nariz um tanto curvo.”

Se esta descrição merecer crédito, podemos ter o perfil desse homem natural de Tarso, que viveu uma vida plenas de acontecimentos extraordinários e que chegou a dizer: “Sede meus imitadores como eu o sou de Cristo”. Tendo esta “biografia” algum valor, ela corresponderias ao que ele próprio diz: “As cartas, com efeito, dizem, são graves e fortes; mas a presença pessoal dele é fraca, e a palavra desprezível” (2 Cor. 10:10).
A sua verdadeira aparência terá de ser deixada por conta dos artistas, pois não sabemos ao certo. Matérias mais importantes, porém, demandam atenção — o que ele sentia, o que ele ensinava, o que ele fazia.
Sabemos o que esse homem de Tarso chegou a crer acerca da pessoa e obra de Cristo, e de outros assuntos cruciais para a fé cristã. As cartas procedentes da sua pena, preservadas no Novo Testamento, dão eloquente testemunho da paixão das suas convicções e do poder da sua lógica.
Aqui e acolá nas suas cartas encontramos pedacinhos de autobiografia. Também temos, nos Actos dos Apóstolos, um amplo esboço das actividades de Paulo. Lucas, autor dos Actos, era médico e historiador gentio do primeiro século.
Assim, enquanto o teólogo tem material suficiente para criar intermináveis debates acerca daquilo em que Paulo acreditava, o historiador dispõe de parcos registos. Quem se der ao trabalho de escrever a biografia de Paulo descobrirá lacunas na vida do apóstolo que só poderão ser preenchidas por conjecturas.
A semelhança de um meteoro brilhante, Paulo surge repentinamente na cena cristã, num período conturbado, do qual ele era o principal precursor. Tudo se altera com a sua conversão. Desaparece por alguns anos de cena cristã. Reaparece no papel de evangelista, e durante algum tempo podemos acompanhar os seus movimentos através do horizonte do primeiro século. Antes da sua morte, ele flameja até entrar nas sombras além do alcance da vista.
A sua Juventude:
Antes, porém, que possamos entender Paulo, o missionário cristão aos gentios, é necessário que passemos algum tempo com Saulo de Tarso, o jovem fariseu. Encontramos em Actos a explicação de Paulo sobre a sua identidade: “Eu sou judeu, natural de Tarso, cidade não insignificante da Cilícia” (Act. 21:39). Esta afirmação dá-nos o primeiro fio para tecermos o pano de fundo da vida de Paulo.
A) Da Cidade de Tarso. No primeiro século, Tarso era a principal cidade da província da Cilícia na parte oriental da Ásia Menor. Embora localizada cerca de 16 km no interior, a cidade era um importante porto que dava acesso ao mar por via do rio Cnido, que passava pelo meio da cidade.
Ao norte de Tarso erguiam-se imponentes montanhas cobertas de neve, as montanhas do Tauro, que forneciam a madeira que constituía um dos principais produtos de comércio dos mercadores tarsenses. Uma im¬portante estrada romana passava a norte, fora da cidade e através de um estreito desfiladeiro nas montanhas, conhecido como “Portas Cilicianas”. Muitas lutas militares antigas foram travadas nessa região entre as montanhas.
Tarso era uma cidade de fronteira, um lugar de encontro do Leste e do Oeste, e uma encruzilhada para o comércio que fluía em ambas as direcções, por terra e por mar. Tarso possuía uma preciosa herança. Os factos e as lendas se entrelaçavam-se, tornando os seus cidadãos orgulhosos do seu passado.
O general romano Marco António concedeu-lhe o privilégio de libera civitas (“cidade livre”) em 42 a.C. Por conseguinte, embora fizesse parte de uma província romana, era autónoma, e não estava sujeita a pagar tributo a Roma. As tradições democráticas da cidade-estado grega de longa data estavam estabelecidas no tempo de Paulo.
Nessa cidade cresceu o jovem Saulo. Nos seus escritos, encontramos reflexos de imagens e cenas de Tarso de quando ele era rapaz. Em nítido contraste com as ilustrações rurais de Jesus, as metáforas de Paulo têm origem na vida citadina.
O reflexo do sol mediterrânico nos capacetes e lanças romanos teriam sido uma visão comum em Tarso durante a infância de Saulo. Talvez fosse este o fundo histórico para a sua ilustração concernente à guerra cristã, na qual ele insiste em que “as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas” (2 Cor. 10:4).
Paulo escreve e usa a palavra “naufragar” (1 Tim. 1:19), “oleiro” (Rom. 9:21), de ser conduzido em “triunfo” (2 Cor. 2:14). Ele compara o “tabernáculo terrestre” desta vida a um edifício de Deus, casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (2 Co 5:1). Ele toma a palavra grega para teatro e, com audácia, aplica-a aos apóstolos, dizendo: “nos tornamos um espectáculo (teatro) ao mundo” (1 Cor.¬ 4:9).
Tais declarações reflectem a vida típica da cidade em que Paulo passou os anos de estudo durante a meninice. Assim as imagens e os sons deste azafamado porto marítimo formam um pano de fundo em face do qual a vida e o pensamento de Paulo se tornaram mais compreensíveis. Não é de admirar que ele se referisse a Tarso como “cidade não insignificante”.
Os filósofos de Tarso eram quase todos estóicos. As ideias estóicas, embora essencialmente pagãs, produziram alguns dos mais nobres pensadores do mundo antigo. Atenodoro de Tarso é um esplêndido exemplo.
Embora Atenodoro tenha morrido no ano 7 d.C., quando Saulo não teria mais que uns 10 a 12 anos, durante muito tempo o seu nome permaneceu como herói em Tarso. E quase impossível que o jovem Saulo não tivesse ouvido algo sobre esse histórico personagem.
Quanto, exactamente, foi o contacto que o jovem Saulo teve com esse mundo da filosofia em Tarso? Não sabemos; ele não no-lo disse. Mas as marcas da ampla educação e contacto com a erudição grega o acompanham quando homem feito. Ele sabia o suficiente sobre tais questões para pleitear diante de toda sorte de homens a causa que ele representava. Também estava consciente dos perigos das filosofias religiosas especulativas dos gregos. “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs subtilezas, conforme a tradição dos homens... e não segundo Cristo”, foi sua advertência à igreja de Colossos (Col. 2:8).
B) Cidadão Romano. Paulo não era apenas “cidadão de uma cidade não insignificante”, mas também cidadão romano. Isso nos dá ainda outra pista para o fundo histórico de sua meninice.
Em Act. 22:24-29, vemos Paulo a conversar com um centurião romano e com um tribuno romano. (Centurião era um militar de alta patente no exército romano com 100 homens sob o seu comando; o tribuno, neste caso, seria um comandante militar.) Por ordens do tribuno, o centurião estava prestes a açoitar Paulo. Mas o Apóstolo protestou: “Ser-vos-á porventura lícito açoitar um cidadão romano, sem estar condenado?” (Act. 22:25). O centurião levou a informação ao tribuno, que fez mais inquirição. A ele Paulo não só afirmou a sua cidadania romana mas explicou como se tornara tal: “Por direito de nascimento” (Act. 22:28). Isso implica que o seu pai era cidadão romano.
Podia-se obter a cidadania romana de vários modos. O tribuno, ou comandante, desta narrativa, declara ter “comprado” a sua cidadania por “grande soma de dinheiro” (Act. 22:28). No mais das vezes, porém, a cidadania era uma recompensa por algum serviço de distinção fora do comum ao Império Romano, ou era concedida quando um escravo recebia a liberdade.
A cidadania romana era preciosa, pois prestava-se a direitos e privilégios especiais como, por exemplo, a isenção de certas formas de castigo. Um cidadão romano não podia ser açoitado nem crucificado.
Todavia, o relacionamento dos judeus com Roma não era de todo feliz. Raramente os judeus tornavam-se cidadãos romanos. Quase todos os judeus que alcançaram a cidadania moravam fora da Palestina.
C) De Descendência Judaica. Devemos, também, considerar a ascendência judaica de Paulo e o impacto da fé religiosa da sua família. Ele descreve-se aos cristãos de Filipos como “da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu” (Filep. 3:5). Noutra ocasião ele chamou a si próprio de “israelita da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim” (Rom. 11:1).
Desta forma Paulo pertencia a uma linhagem que remontava ao pai do seu povo, Abraão. Da tribo de Benjamim saíra o primeiro rei de Israel, Saul, em consideração ao qual o menino de Tarso fora chamado Saulo.
A escola da sinagoga ajudava os pais judeus a transmitir a herança religiosa de Israel aos filhos. O menino começava a ler as Escrituras com apenas cinco anos de idade. Aos dez, estudava a Mishna com as suas interpretações emaranhadas da Lei. Assim, ele aprofundou a história, os costumes, as Escrituras e na língua do seu povo. O vocabulário posterior de Paulo era fortemente colorido pela linguagem da Septuaginta, a Bíblia dos judeus helenistas.
Dentre os principais “partidos” dos judeus, os fariseus eram os mais estritos, “Os Judeus nos Tempos do Novo Testamento”). Estavam decididos a resistir aos esforços de seus conquistadores romanos de impor-lhes novas crenças e novos estilos de vida. No primeiro século eles tinham-se tornado a “aristocracia espiritual” do seu povo. Paulo era fariseu, “filho de fariseus” (Act. 23.6). Podemos estar certos, pois, de que a sua preparação religioso tinha raízes na lealdade aos regulamentos da Lei, conforme a interpretavam os rabinos. Aos treze anos ele devia assumir responsabilidade pessoal pela obediência a essa Lei.
Saulo de Tarso passou em Jerusalém a sua adolescência “aos pés de Gamaliel”, onde foi instruído “segundo a exactidão da lei. . .“ (Act. 22:3). Gamaliel era neto de Hillel, um dos maiores rabinos judeus. A escola de Hilel era a mais liberal das duas principais escolas de pensamento entre os fariseus. Em Actos 5:33-39 temos um vislumbre de Gamaliel, descrito como “acatado por todo o povo.”
Exigia-se dos estudantes rabínicos que aprendessem um ofício de sorte que pudessem, mais tarde, ensinar sem se tornar um encargo para o povo. Paulo escolheu uma profissão típica de Tarso, fabricar tendas de tecido de pêlo de cabra. A sua perícia nessa profissão proporcionou-lhe mais tarde um grande meio de testemunho na sua obra missionária.
Após completar os seus estudos com Gamaliel, o jovem fariseu provavelmente voltou para sua casa em Tarso onde passou alguns anos. Não temos evidência de que ele se tenha encontrado com Jesus ou que O tivesse conhecido durante o ministério do Mestre na terra.
Da pena do próprio Paulo bem como do livro de Actos vem-nos a informação de que depois ele voltou a Jerusalém e dedicou as suas energias à perseguição dos judeus que seguiam os ensinamentos de Jesus de Nazaré. Paulo nunca pôde perdoar-se pelo ódio e pela violência que caracterizaram a sua vida durante esses anos. “Porque eu sou o menor dos apóstolos”, escreveu ele mais tarde, “. . . pois persegui a igreja de Deus” (1 Cor. 15:9). Noutras passagens ele se denomina “perseguidor da igreja” (Filip. 3:6), “como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava” (Gál. 1:13).
Uma referência autobiográfica na primeira carta de Paulo a Timóteo refecte alguma luz sobre a questão de como um homem de consciência tão sensível pudesse participar dessa violência contra o seu próprio povo. “. . . noutro tempo era blasfemo e perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade” (1 Tim. 1:13). A história da religião está repleta de exemplos de outros que cometeram o mesmo erro. No mesmo trecho, Paulo refere a si próprio como “o principal” dos pecadores” (1 T 1:15), sem dúvida alguma por ter ele perseguido a Cristo e seus seguidores.
D) A Morte de Estêvão. Não fora pelo modo como Estêvão morreu (Act. 7:54-60), o jovem Saulo podia ter deixado a cena do apedrejamento sem emoção alguma, ele que havia tomado conta das vestes dos carrascos. Teria parecido apenas outra execução legal.
Mas quando Estêvão se ajoelhou e as pedras choveram e feriram a sua cabeça indefesa, ele deu testemunho da visão de Cristo na glória, e orou: “Senhor, não lhes imputes este pecado” (Actos 7:60).
Embora essa crise tenha lançado Paulo como perseguir de hereges, é natural supor que as palavras de Estêvão tenham permanecido com ele de sorte que ele se tornou “caçado” também —caçado pela consciência.
E) Uma Carreira de Perseguição. Os eventos que se seguiram ao martírio de Estevão não são agradáveis de ler. A história é narrada num só fôlego: “Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere” (Actos 8:3).
A Conversão:
A perseguição em Jerusalém na realidade espalhou a semente da fé. Os crentes dispersaram-se e em breve a nova fé estava a ser pregada por toda a parte (cf. Actos 8:4). “Respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor” (Actos 9:1), Saulo resolveu que já era tempo de levar a campanha a algumas das “cidades estrangeiras” nas quais se abrigaram os discípulos dispersos. O comprido braço do Sinédrio podia alcançar a mais longínqua sinagoga do império em questões de religião. Nesse tempo, os seguidores de Cristo ainda eram considerados como seita herética.
Assim, Saulo partiu para Damasco, cerca de 240 km distante, provido de credenciais que lhe dariam autoridade para, encontrando os “que eram do caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém” (Actos 9:2).
Que é que se passava na mente de Saulo durante a viagem, dia após dia, no pó da estrada e sob o calor escaldante do sol? A auto-revelação intensamente pessoal de Romanos 7:7-13 pode dar-nos uma pista. Vemos aqui a luta de um homem consciencioso por encontrar a paz mediante a observância de todas as pormenorizadas ramificações da Lei.
Deu-lhe isto paz? A resposta de Paulo, baseada nasua experiência, foi negativa. Pelo contrário, tornou-se um peso e uma tensão intoleráveis. A influência do ambiente helenístico de Tarso não deve ser desprezada ao tentarmos encontrar o motivo da frustração interior de Saulo. Depois do seu regresso a Jerusalém, ele deve ter sentido um frustração e um rígido farisaísmo, muito embora professasse aceitá-lo de todo o coração. Ele tinha respirado o ar mais livre durante a maior parte da sua vida, e não poderia renunciar à liberdade a que estava acostumado.
Contudo, era de natureza espiritual o motivo mais profundo da sua tristeza. Ele tentara guardar a Lei, mas descobrira que não poderia fazê-lo em virtude da sua natureza pecaminosa decaída. De que modo, pois, poderia ele ser recto para com Deus?
Com Damasco à vista, aconteceu uma coisa momentosa. Num lampejo cegante, Paulo viu-se despido de todo o orgulho e presunção, como perseguidor do Messias e do Seu povo. Estevão estiva certo, e ele errado. Em face do Cristo vivo, Saulo capitulou. Ele ouviu uma voz que dizia: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues;. . . levanta-te, e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer” (Act. 9:5-6). E Saulo obedeceu.
Durante a sua estada na cidade, “Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu nem bebeu” (Actos 9:9). Um discípulo residente em Damasco, por nome Ananias, tornou-se amigo e conselheiro, um homem que não teve receio de crer que a conversão de Paulo’ fora autêntica. Mediante as orações de Ananias, Deus restaurou a vista a Paulo.

18/04/10

DOUTRINA DA TRINDADE

Um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, Dt. 6.4; Mt. 28.19; Mc 12.29.
O Que Diz a Bíblia?
Como Explicar a Trindade?
A palavra "trindade" não aparece nas Bíblias comuns que usamos. Por esse motivo, eu evito o uso dela. Procuremos falar sobre assuntos bíblicos usando linguagem bíblica.
As pessoas que usam termos como trindade, Deus trino, etc. as empregam para explicar um conceito da existência de três pessoas distintas que podem ser chamadas de Deus. Vamos considerar, em termos bem resumidos, o que a Bíblia diz a respeito dessa ideia.
Há um só Deus (Efésios 4:6). O facto que existem mais de uma pessoa divina, como veremos logo, não sugere múltiplos deuses. A doutrina bíblica não se compara com as doutrinas politeístas de algumas religiões pagãs.
O Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas distintas. No baptismo de Jesus, cada um fez seu papel, concordando com os outros dois, mas distinto deles. Jesus subiu das águas; o Espírito desceu como pomba sobre ele; o Pai falou dos céus (Marcos 1:9-11). As doutrinas de algumas igrejas que dizem que o Filho e o Pai são a mesma pessoa contradizem afirmações óbvias das Escrituras. O Pai é maior do que o Filho (João 14:28). O Pai enviou e instruiu o Filho (João 14:24).
Ž Jesus é Deus. As seitas que negam a divindade de Jesus trabalham muito para evitar o significado de diversas passagens. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, usam uma versão das Escrituras cheia de acréscimos e traduções equívocas calculadas justamente para negar as provas textuais da divindade de Jesus. Mas, ele é eterno, divino e merecedor de adoração (João 1:1; João 8:24,58; Mateus 4:10; 14:33; 28:9,17; João 9:38; Hebreus 1:6; Apocalipse 5:9-14; etc.)
 O Espírito Santo é pessoa divina, não apenas força ativa. Reconhecemos algumas dificuldades quando estudamos a palavra "espírito" na Bíblia. Sabemos que o espírito do homem não é outra pessoa (1 Coríntios 2:11). Apesar de alguns trechos difíceis (veja o aviso de 2 Pedro 3:16), não podemos negar a personalidade do Espírito Santo. O mesmo Pai que enviou Jesus enviou o Espírito (João 14:26). Jesus o chamou de "outro Consolador", mostrando que ele pertence à mesma categoria que Jesus: uma pessoa divina (João 14:16). Vários textos apresentam o Pai, o Filho e o Espírito Santo como pessoas unidas mas distintas (veja Mateus 28:19 e o último versículo de 2 Coríntios). O Espírito ensina (João 14:26); habita nos fiéis como o Pai e o Filho o fazem (João 14:17,23) e intercede como Cristo também o faz (Romanos 8:26,34).
Para negar tais afirmações, alguns distorcem o sentido das passagens ou até jogam fora livros bíblicos que não apoiam suas doutrinas humanas. O verdadeiro seguidor de Cristo aceitará toda a Verdade, até as coisas difíceis de entender (João 8:32; 17:17; Deuteronómio 29:29).


Hoje, discutiremos um dos assuntos mais complexos do corpo de doutrinas cristãs: o assunto referente à doutrina da Trindade. Segundo um dos grandes filósofos ingleses do século XX, Bertrand Russell, em seu livro História do Pensamento Ocidental, a Trindade se constitui “o perene problema da escolástica”.

A doutrina da Trindade deve ser estudada com espírito de humildade. Trata-se de uma das doutrinas bíblicas mais misteriosas e difíceis para a compreensão humana, por causa das nossas limitações naturais, por causa do pecado e por causa do próprio ‘objecto’ da doutrina: o ser de Deus. A doutrina da Trindade é uma verdade concebível apenas porque foi revelada – a mente humana jamais poderia imaginá-la”.

A Importância do Estudo sobre a Trindade
1. Ela é uma peculiaridade da religião cristã;
2. Ela está directamente relacionada com as outras doutrinas;
3. Ela nos esclarece sobre o ser de Deus;
4. Ela nos livra de cairmos em pensamentos heterodoxos sobre a doutrina de Deus.

Definição do termo:
- O primeiro a utilizar a palavra “Trindade” foi Tertuliano no século III. Essa palavra vem do latim trinitas, isto é, indica tri-unidade, três em um. Este é o aspecto que insere a complexidade na análise do assunto, pois, a partir dessa doutrina, entendemos que Deus é um só mas que subsiste em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.

 Comentando esse aspecto, o Dr. Paulo Anglada nos diz: “Ao subscrevermos a doutrina da Trindade, queremos dizer que cremos em um Deus único, indivisível em sua essência ou ser, o qual subsiste em três pessoas distintas e inconfundíveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, sendo que cada um tem a mesma essência, plena e não fragmentada, mas podem relacionar-se entre si”.

Uma formulação mais bem elaborada a respeito da Trindade foi desenvolvida no primeiro Concílio Ecumênico da História da Igreja, o chamado Concílio de Nicéia que aconteceu no ano 325 da nossa era. Duas figuras nesse Concílio mereceram destaque: Atanásio e Ário. Este segundo não reconhecia a divindade do Filho, desta forma, quebrando a noção da tri-unidade de Deus.

Foi por essa postura, que Atanásio e alguns conciliares daquela assembléia se pronunciaram, e o fruto desse posicionamento foi um documento que ficou conhecido com Credo Niceno, um postulado doutrinal o qual mencionava a divindade indistinta das três pessoas da Trindade, contrariando aquilo que era defendido por Ário, que dizia que Cristo não era Deus, mas a primeira criação dele.

Temos, então, a seguinte declaração oriunda das decisões do Concílio de Nicéia:
“Cremos em um Deus – e em um Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, nascido do Pai, luz de luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, nascido, não criado, da mesma substância do Pai – e do Espírito Santo”.

Três linhas de pensamento acerca da Trindade estavam representadas no Concílio de Nicéia:
1. Os ortodoxos;
2. Os arianos;
3. Os semi-arianos.
- Essas três correntes de interpretação se baseavam em alguns termos para tratarem da natureza do Filho de Deus.

Os ortodoxos
- Eles entendiam que Jesus Cristo era homoousion (homos = mesma + ousia = substância) do Pai. Eles representavam a voz definitiva do Concílio de Nicéia. Acreditavam que tanto o Filho como também o Espírito Santo eram da mesma substância do Pai.

14/04/10

PORQUE RAZÃO TODOS SOFREMOS E MORREMOS?

Porque no princípio da criação nessa Terra, Eva foi tentada, e pecou? Levou do fruto que não deveriam comer a Adão, e este também pecou. Eles tornaram-se pessoas com duas características específicas: passaram a conhecer o mal e começaram a desenvolver o desejo da prática do mal, e por isso se tornaram mortais. Cada dia eles iam envelhecendo, isto é, morrendo aos poucos.
Os filhos desse casal também já nasceram pecadores, com a mesma tendência de seus pais. É assim porque fica impossível um casal de pecadores gerar um filho ou filha que não seja pecador, perfeitamente santo. Isso é impossível, portanto, como todos descendemos desse casal, todos herdamos a fraqueza do pecado em nós. Temos uma forte inclinação para a prática do mal, e uma insignificante vontade de fazer o bem. O bem, geralmente fazemos quando nos é conveniente. Por exemplo, uma pessoa vai vender uma casa. Ela fala toda a verdade sobre os aspectos positivos da casa, mas esconde alguns aspectos negativos, que o comprador descobrirá depois de já ter tomado posse da casa. Quer outro exemplo. Vá a uma videoteca e observe os filmes que as pessoas alugam. Mais de 90% levam filmes inconvenientes para seres humanos de bom carácter. No entanto, é um sucesso de audiência. Esse é o ser humano, apaixonado por tudo o que não presta e que o avilta cada vez a um estado de pecador pior que era antes. E a sociedade paga uma conta altíssima por causa da violência, drogas, criminalidade, corrupção, etc.
Não é por menos que a Bíblia diz que todos pecaram (1 Reis 8:46), e todos carecem da glória (bondade perdoadora) de DEUS. A solução para a nossa situação é só uma: salvação em CRISTO JESUS, que para esse fim morreu na cruz por todos nós.
É só JESUS CRISTO quem pode nos salvar da natureza de pecadores e da condição de mortais. Nós estamos sem condições de conseguir isso. Vamos a um exemplo. Imagine uma pessoa que esteja se afogando num rio. Já passei por isso quando criança, portanto sei como é. Ela vai morrendo aos poucos, sabe que está morrendo, tem consciência de que algo precisa ser feito, mas nem tem capacidade nem forças para fazer algo por si. Por conta própria vai morrer, esse é o seu destino. Porém, se outra pessoa tomar a iniciativa e a tirar da água, ela será salva. Mas se não aparecer outra pessoa para ajudar, ele morre.
Assim é a nossa condição de pecadores. Ou JESUS nos salva, ou morremos para sempre. Porém depois que JESUS nos salvou, o que devemos então fazer? Comigo, em relação ao quase afogamento aos nove anos, aconteceu o seguinte: tratei de aprender a nadar. Hoje sei nadar bem, tão fácil não me afogo mais. Posso ficar sobre a água por muito tempo. Portanto, hoje, depois que um homem me tirou da água, trato de cuidar tendo consciência dos meus limites, para que não aconteça outra vez.
Assim é a vida de uma pessoa que foi salva por JESUS. Ela ainda é mortal, e ainda tem tendência a pecar, assim como posso me afogar. Não foi transformada por inteiro, isso acontecerá por ocasião da segunda vinda de CRISTO. Portanto, ela deve se cuidar para, preferencialmente, não pecar mais, ou seja, agora, em vez de pecar, deve praticar somente boas obras.
O que são boas obras? São aquelas permitidas pelo critério da lei. Por exemplo, já não mente, não rouba, cuida da saúde, ama e é caridoso para com o próximo, e assim por diante. Há muitas obras boas para se fazer.
O que quer dizer isto? Que depois que a pessoa foi salva, não quer outra vez voltar a ser pecadora, para não precisar reiniciar tudo outra vez, ou seja, ter que ser outra vez perdoada. Não se salva pelas boas obras que pratica, mas se mantém salva se praticar boas obras. Ou, por outro lado, cada vez que torna a pecar, arrisca morrer eternamente, se disso não se arrepender. E, depois que JESUS nos encontrou, e que nos entregamos a Ele, pecar rotineiramente nos torna mentalmente tolerantes com o pecado e a ideia da salvação, pensamos que podemos pecar um pouco, que isso não faz mal ao processo de santificação. Grande erro. Não pecar mais após ser salvo por JESUS tem o mesmo motivo que os anjos bons, e os outros seres não caídos que nunca se tornam pecadores. Eles não pecam exactamente porque não querem tornar-se pecadores, por isso só praticam boas obras. Por isso que lá para eles JESUS não precisa ir e nascer como uma criança e morrer por eles pregado numa cruz. E nós, sendo salvos, devemos buscar só praticar boas obras para não recairmos na condição de pecadores. Mas se cairmos, ainda temos a oportunidade de novo arrependimento. Por isso, por enquanto, salvos, ainda não significa salvos para sempre.
Dito de outra maneira: boas obras não salvam ninguém porque elas não podem mudar a natureza pecadora que temos, mas, depois que fomos salvos, e que se tenha iniciado o processo de santificação (transformação da natureza pecadora para outra natureza santa), então devemos nos empenhar a não voltar mais ao estado anterior da salvação. Contudo, se acontecer de outra vez pecarmos, e isso facilmente pode acontecer, então, logo devemos nos arrepender e pedir perdão, para que esse pecado não crie raízes, e faça retroceder o processo de santificação já em andamento. A santificação é como subir um longo barrando escorregadio. Temos que continuar subindo, porém, se escorregarmos, temos que logo nos agarrar na mão de JESUS, para não cair até chegar onde Ele nos quer conduzir. Então, nos refazemos com a ajuda d´Ele, e retornamos a subir. Agarrar-se na mão de JESUS fazemos pela fé, cremos que Ele é capaz de nos socorrer, voltar a subir são nossas obras boas, pois estamos cada vez mais nos afastando do lamaçal lá de baixo, de onde saímos.
Veja bem, tempos atrás JESUS nos encontrou no lamaçal. Ele nos salvou de lá, nos tirando desse lugar. Sem Ele nunca sairíamos de lá, aliás, nem teríamos ideia da possibilidade de sair, nem saberíamos de algum lugar melhor que a lama. Mas Ele nos deu as condições para subir o barranco, como se fossemos um alpinista com o seu material. Usar esses recursos são as nossas boas obras. Agarrar-nos a Ele, quando é necessário, fazemos pela fé, para não cairmos. Foi pela fé que Ele nos tirou de lá (nós aceitamos o que Ele desejava fazer por nós) e é pela fé que Ele nos socorre sempre que necessário.

08/04/10

PERMITIU DEUS A CARNE COMO ALIMENTO?

Não é necessário dizer que a carne não é o alimento ideal e o melhor seria deixarmos deste tipo de alimento, todavia ainda o vegetarianismo é pouco praticado no meio adventista. Meu objectivo aqui é mostrar uma confirmação científica daquilo que Deus já revelou no passado através de Ellen White e explicar por que Deus permitiu este alimento, se depois, viria a proibi-lo a Seu povo. Se a carne não serve como alimento por que Deus permitiu que ela fosse usada para esse fim após o dilúvio? E por que Deus mandou carne para o povo de Israel no deserto? A carne é prejudicial? Deve ser substituída?
Entendendo que você é um adventista (ou amigo da igreja) e crê que o Espírito de Profecia é inspirado, normativo e autoritativo, vou usá-lo de forma direta para essas respostas.
Fique tranqüilo! Não vou afirmar que quem come carne não vai para o Céu ou se perder! Também não quero ser mais um feroz vegetariano que “devora” o próximo. Mas por favor, saiba os porquês e as conseqüências deste hábito, para poder tomar decisões sábias.

Por que Deus permitiu que após o dilúvio o homem comesse carne se esse não é um bom alimento?
Muitos de nós pensamos que Deus permitiu a carne como alimento por causa da destruição dos vegetais pelas águas do dilúvio. Mas pasmem, não foi esse o motivo, muito pelo contrário, assim como os vegetais foram destruídos, os animais também foram, e a recuperação da vida vegetal é muito mais rápida do que a animal. Note também que os animais limpos que entraram em 7 pares, foram usados nos sacrifícios após o dilúvio (Gn. 8:20). Leia com atenção o motivo nas palavras inspiradas:“E permitiu Ele que aquela raça de gente longeva comesse alimento animal, a fim de abreviar sua vida pecaminosa. Logo após o dilúvio o gênero humano começou a decrescer rapidamente em tamanho, e na extensão dos anos”.
Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 373
Abreviar a vida do ser humano! Esse foi o motivo.
O ser humano vivia muitos anos, quase um milênio, e a maldade estava se acumulando. Imagine homens maldosos vivendo quase mil anos? Imagine com essa longevidade Nero, Herodes, Hitler, etc.
Para reduzir a vida do ser humano para 120 anos, segundo Gênesis 6:3, Deus alterou as condições de vida na Terra após o dilúvio, e a alimentação cárnea foi uma das mudanças para abreviar a vida do homem.
Por que Deus mandou carne para o povo de Israel no deserto se esse alimento não é bom?
“Escolhendo a comida do homem, no Éden, mostrou o Senhor qual era o melhor regime; na escolha feita para Israel, ensinou Ele a mesma lição. Tirou os israelitas do Egito, e empreendeu educá-los, a fim de serem um povo para Sua possessão própria. Desejava, por intermédio deles, abençoar e ensinar o mundo inteiro. Proveu-lhes o alimento mais adaptado ao Seu desígnio; não carne, mas o maná, "o pão do Céu". João 6:31. Foi unicamente devido a seu descontentamento e murmuração em torno das panelas de carne do Egito, que lhes foi concedido alimento cárneo, e isto apenas por pouco tempo. Seu uso trouxe doença e morte a milhares. Todavia a restrição a um regime sem carne não foi nunca aceita de coração. Continuou a ser causa de descontentamento e murmuração, franca ou secreta, e não ficou permanente”. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 374
A Carne e a Moral
“Os males morais do regime cárneo não são menos assinalados do que os físicos. A comida de carne é prejudicial à saúde, e seja o que for que afete ao corpo, tem seu efeito correspondente na mente e na alma. Pensai na crueldade que o regime cárneo envolve para com os animais, e seus efeitos sobre os que a infligem e nos que a observam. Como isso destrói a ternura com que devemos considerar as criaturas de Deus!” A Ciência do Bom Viver, pág. 315. A Carne e as Doenças
Segundo os textos inspirados, a alimentação cárnea é causa de doenças e debilidades:
“O uso comum de carne de animais mortos tem tido influência deteriorante sobre a moral, bem como na constituição física. A má saúde, em uma variedade de formas, caso fosse rastreada até à causa, mostraria o seguro resultado da alimentação cárnea”. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 383.
A Carne e o Câncer
“Os que usam carne menosprezam todas as advertências que Deus tem dado relativamente a esta questão. Não possuem nenhuma prova de estar andando em caminhos seguros. Não têm a mínima desculpa quanto a comer a carne de animais mortos. A maldição de Deus repousa sobre a criação animal. Muitas vezes, ao ser comida, a carne deteriora-se no estômago, e cria doença. Câncer, tumores e doenças do pulmão são em grande escala produzidos por comer carne”. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 383
E para você que não crê no Espírito de Profecia, a ciência secular confirma a relação da carne com as doenças e o câncer. Note esta citação:
“La carne roja. Cuando se consume con una superficie quemada puede ser un factor de riesgo independiente para la neoplasia colorrectal benigna y maligna. (A carne vermelha. Quando comemos com a superfície queimada, pode aumentar o risco de ser afetado por tumor coloretal benigno ou maligno.)“Los vegetales y las frutas. Contienen una amplia cantidad de substancias potencialmente anticarcinogénicas que pueden funcionar a través de uno o varios mecanismos independientes o codependientes. En general, el consumo de vegetales ha sido uno de los predictores más consistentes para reducir el riesgo de cáncer colorrectal” (Os vegetais e as frutas. Contém uma ampla quantidade de substâncias anti-cancerígenas que podem funcionar por meio de um ou vários mecanismos independentes ou co-dependentes. Em geral, o consumo de vegetais tem sido um dos mais eficientes precursores para reduzir o risco de câncer coloretal). (María T. Galiano de Sánchez. Revista Colombiana de Gastroenterologia
Print ISSN 0120-9957. Rev Col Gastroenterol vol.20 no.1 Bogotá Mar. 2005. Cáncer colorrectal)

A Carne deve ser substituída?
Muitos nutricionistas afirmam que não podemos deixar a carne como fonte de proteína sem substituí-la cuidadosamente. Outros até dizem que os vegetarianos tendem a ficar fracos e anêmicos. Parece que a história de Daniel e seus amigos se repete hoje!
Daniel e seus amigos provaram que os vegetais são suficientes para uma boa nutrição, e por favor, você não acha que Deus, que nos criou, errou ao designar a alimentação vegetariana como a ideal desde o princípio?!

A carne não precisa ser substituída!
O problema real é o mesmo de Israel quando saiu do Egito, o gosto pela carne! Não deixamos a carne por causa das suas “proteínas”, mas pelo sabor e seu efeito estimulante!

Conclusão:
Agora você já tem algumas informações importantes sobre a alimentação da carne. Não seja radical! Aplique essas informações para si mesmo. O exemplo vale mais que mil sermões!
Por favor, não ignore essas recomendações! É triste ver amigos adventistas sofrendo por doenças causadas pela alimentação errada. Não tenha medo de fazer o certo, e vamos nos unir para crescermos neste aspecto do evangelho.
“Tem-me sido repetidamente mostrado que Deus está procurando levar-nos de volta, passo a passo, a Seu desígnio original - que o homem subsista com os produtos naturais da terra”. Conselhos Sobre Saúde, pág. 450.

“É para o bem deles próprios que o Senhor aconselha a igreja remanescente a rejeitar o uso de alimentos cárneos, chá, café e outros alimentos nocivos. Há quantidade de outras coisas de que nos podemos alimentar, as quais são benéficas e boas”. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 381