14/05/15

Devolver a Deus o que lhe é devido

E a pedra, que erigi por coluna, será a casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu Te darei o dízimo. Gênesis 28:22.{VF 62.2}
De acordo com o costume de comemorar acontecimentos importantes, Jacó construiu um memorial da misericórdia de Deus, para que quando quer que passasse por aquele caminho pudesse demorar-se naquele local sagrado para adorar ao Senhor. ... Com profunda gratidão repetiu a promessa de que a presença de Deus seria com ele; e então fez este voto solene: “Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestidos para vestir; e eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor será o meu Deus; e esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente Te darei o dízimo.” Gênesis 28:20-22.{VF 62.3}
Jacó não estava aqui a fazer um contrato com Deus. O Senhor já lhe havia prometido prosperidade, e este voto era o transbordar de um coração cheio de gratidão pela certeza do amor e misericórdia de Deus. Jacó entendia que Deus tinha direitos sobre ele, os quais ele devia reconhecer, e que os sinais especiais do favor divino a ele concedidos exigiam retribuição. Assim, toda a bênção que nos é concedida reclama uma resposta ao Autor de todas as nossas vantagens. O cristão deve muitas vezes rever sua vida passada, e relembrar com gratidão os preciosos livramentos que Deus operou em favor dele, amparando-o na provação, abrindo caminho diante dele quando tudo parecia escuro e vedado, refrigerando-o quando pronto a desfalecer. Deve reconhecê-los todos como provas do cuidado vigilante dos anjos celestiais. Em vista destas bênçãos inumeráveis, deve muitas vezes perguntar, com coração submisso e grato: “Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito?” Salmos 116:12{VF 62.4}
Nosso tempo, nossos talentos, nossa propriedade devem ser, de maneira santa, dedicados Àquele que nos confiou estas bênçãos. Quando quer que um livramento especial seja operado em nosso favor, ou novas e inesperadas bênçãos nos são concedidas, devemos reconhecer a bondade de Deus não simplesmente exprimindo nossa gratidão com palavras, mas, como Jacó, por meio de dádiva e ofertas à Sua causa. Assim como estamos continuamente a receber as bênçãos de Deus, assim devemos estar continuamente a dar. — Patriarcas e Profetas, 187, 188.{VF 63.1}

Aborto: questão de escolha?

Desde que a pessoa tenha dinheiro para pagar, o aborto é permitido no Brasil. Se a mulher for pobre, porém, precisa provar que foi estuprada ou estar à beira da morte para ter acesso a ele. Como consequência, milhões de adolescentes e mães de família que engravidaram sem querer recorrem ao abortamento clandestino, anualmente.

A técnica desses abortamentos geralmente se baseia no princípio da infecção: a curiosa introduz uma sonda de plástico ou agulha de tricô através do orifício existente no colo do útero e fura a bolsa de líquido na qual se acha imerso o embrião. Pelo orifício, as bactérias da vagina invadem rapidamente o embrião desprotegido. A infecção faz o útero contrair e eliminar seu conteúdo.

O procedimento é doloroso e sujeito a complicações sérias, porque nem sempre o útero consegue livrar-se de todos os tecidos embrionários. As membranas que revestem a bolsa líquida são especialmente difíceis de eliminar. Sua persistência na cavidade uterina serve de caldo de cultura para as bactérias que subiram pela vagina, provoca hemorragia, febre e toxemia.

A natureza clandestina do procedimento dificulta a procura por socorro médico, logo que a febre se instala. Nessa situação, a insegurança da paciente em relação à atitude da família, o medo das perguntas no hospital, dos comentários da vizinhança e a própria ignorância a respeito da gravidade do quadro colaboram para que o tratamento não seja instituído com a urgência que o caso requer.
A septicemia resultante da presença de restos infectados na cavidade uterina é causa de morte frequente entre as mulheres brasileiras em idade fértil. Para ter ideia, embora os números sejam difíceis de estimar, se contarmos apenas os casos de adolescentes atendidas pelo SUS para tratamento das complicações de abortamentos no período de 1993 a 1998, o número ultrapassou 50 mil. Entre elas, 3.000 meninas de dez a quatorze anos.

Embora cada um de nós tenha posição pessoal a respeito do aborto, é possível caracterizar três linhas mestras do pensamento coletivo em relação ao tema.

Há os que são contra a interrupção da gravidez em qualquer fase, porque imaginam que a alma se instale no momento em que o espermatozoide penetrou no óvulo. Segundo eles, a partir desse estágio microscópico, o produto conceptual deve ser sagrado. Interromper seu desenvolvimento aos dez dias da concepção constituiria crime tão grave quanto tirar a vida de alguém aos 30 anos depois do nascimento. Para os que pensam assim, a mulher grávida é responsável pelo estado em que se encontra e deve arcar com as consequências de trazer o filho ao mundo, não importa em que circunstâncias.

No segundo grupo, predomina o raciocínio biológico segundo o qual o feto, até a 12ª semana de gestação, é portador de um sistema nervoso tão primitivo que não existe possibilidade de apresentar o mínimo resquício de atividade mental ou consciência. Para eles, abortamentos praticados até os três meses de gravidez deveriam ser autorizados, pela mesma razão que as leis permitem a retirada do coração de um doador acidentado cujo cérebro se tornou incapaz de recuperar a consciência.

Finalmente, o terceiro grupo atribui à fragilidade da condição humana e à habilidade da natureza em esconder das mulheres o momento da ovulação, a necessidade de adotar uma atitude pragmática: se os abortamentos acontecerão de qualquer maneira, proibidos ou não, melhor que sejam realizados por médicos, bem no início da gravidez.

Conciliar posições díspares como essas é tarefa impossível. A simples menção do assunto provoca reações tão emocionais quanto imobilizantes. Então, alheios à tragédia das mulheres que morrem no campo e nas periferias das cidades brasileiras, optamos por deixar tudo como está. E não se fala mais no assunto.

A questão do aborto está mal posta. Não é verdade que alguns sejam a favor e outros contrários a ele. Todos são contra esse tipo de solução, principalmente os milhões de mulheres que se submetem a ela anualmente por não enxergarem alternativa. É lógico que o ideal seria instruí-las para jamais engravidarem sem desejá-lo, mas a natureza humana é mais complexa: até médicas ginecologistas ficam grávidas sem querer.

Não há princípios morais ou filosóficos que justifiquem o sofrimento e morte de tantas meninas e mães de famílias de baixa renda no Brasil. É fácil proibir o abortamento, enquanto esperamos o consenso de todos os brasileiros a respeito do instante em que a alma se instala num agrupamento de células embrionárias, quando quem está morrendo são as filhas dos outros. Os legisladores precisam abandonar a imobilidade e encarar o aborto como um problema grave de saúde pública, que exige solução urgente.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, que no dia 8 de março discursava no encerramento do congresso do Partido Popular (PP) do país Basco, foi interrompido pelos gritos de um grupo de mulheres que protestava contra a reforma da lei do aborto.

As quatro mulheres, que tinham os rostos e as mãos pintadas de vermelho, estavam sentadas na plateia, entre os delegados do partido basco.

Quando o chefe do governo espanhol começou a discursar, o grupo de mulheres começou a gritar frases de ordem como “Aborto ilegal, violência estatal” ou “Nosso corpo, nossa decisão”.

Em reação, alguns delegados do PP basco gritaram “sim à vida” e começaram a aplaudir. Um elemento da equipe de segurança do partido retirou as ativistas da sala, que não resistiram.

A questão do aborto está cada vez presente pela divergência de opiniões entre os cristãos. Existem líderes e movimentos religiosos que apoiam e os que não o fazem. Para essa discussão, quero deixar um verso bíblico escrito por Paulo em Romanos 12:2, o texto da Palavra de Deus nos diz assim: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

Em primeiro lugar, aborto não é uma questão religiosa, mas uma questão científica, especificamente biológica. A biologia comprova com farta documentação que a vida começa na concepção, e ela é contínua, quer intra ou extrauterina até a morte. Ou seja, a vida começa na concepção e isso significa que aborto é matar uma vida! A diferença entre o óvulo fecundado e você é o tempo e a nutrição.

O embrião é um ser humano, porque na sua evolução ele não pode se tornar outra coisa a não ser pessoa. Nenhum corpo vivo pode se tornar pessoa a não ser que já seja pessoa. Ser e humanidade são características inatas, não são adquiridas. Nenhum ser humano é mais humano do que outro.

Está geneticamente comprovado que o feto é independente da mãe desde a concepção. Ele possui olhos, ele possui boca, possui ouvidos, órgãos genitais, impressões digitais diferentes da mãe. Ou seja, o feto não é um prolongamento do corpo da mãe e assim caberia a ela a decisão de continuar ou matar essa nova vida que gerou-se.

Há alguns anos, assisti um filme produzido por um médico que praticou dezenas de abortos nos Estados Unidos.  Um dia, ele usou uma câmera para filmar o aborto que iria fazer. Ele não conseguiu ver até o final e nunca mais fez nenhum tipo de aborto. O nome do filme é O Grito Silencioso.

É o aborto um procedimento seguro para a mulher? Muitas consequências são frutos de abortos:

Perfuração do útero;
Sangramento que requerem transfusões.
Ruptura do colo do útero, com impacto desconhecido sobre a capacidade do colo em alguma gravidez subsequente;
Acidentes ligados à anestesia;
Doença inflamatória pélvica e possível infertilidade decorrente;
Perfuração da vesícula;
Perfuração do intestino;
Retenção dos restos ovulares;
Anemia;
Peritonite
Gravidez tubária não detectada;
Embolia pulmonar (obstrução da artéria pulmonar);
Tromboflebite venosa (inflamação de uma veia que se desenvolve antes de um coágulo sanguíneo);
Depressão;
9 vezes mais propensão ao suicídio do que a outras mulheres;
Alto risco de infecção;
O risco de aborto espontâneo no segundo trimestre da gravidez aumenta dez vezes após um aborto vaginal.
Entre outros. Mais há um mais que quero ressaltar. É o peso psicológico profundo na consciência de uma mulher que abortou. Depoimentos que reforçam isso são facilmente encontrados, como por exemplo o de Luiza Brunet, em entrevista à Revista Veja de 28 de janeiro de 2009: “Eu tinha apenas 17 anos, era recém-casada e começava a despontar como modelo, quando engravidei. Sonhava em ser mãe. Sempre fui contra a liberação do aborto, mas não podia levar aquela gravidez adiante. Eu era responsável pelo sustento de toda a minha família. Não sofri nenhum dano físico, mas carregarei para sempre as marcas psicológicas daquele aborto.”

Deus considera o feto como ser humano como encontramos no Salmo 139:13-16:

“Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda”.

Deus se relaciona com a vida intrauterina. Utilizam-se pronomes pessoais para o feto. Jeremias 1:5 – eu te conhecia antes do ventre da sua mãe. E antes que você saísse da madre te santifiquei às nações. Isaías 49:1 – Isaías, ele dizendo, eu fui escolhido desde o dentre da minha mãe, e nas entranhas da minha mãe, Ele fez conhecer o meu nome.

A vida é um dom de Deus. Atos 17:25 e 28, diz: “Porque d´Ele provém a vida e por Ele vivemos, nos movemos e existimos”.  Ezequiel 18:4, o nosso Deus diz: “Tanto a alma do Pai, como a alma do Filho são minhas”. Salmos 24:1 diz: “Do Senhor é a Terra a Sua plenitude o mundo e o que neles habitam”


O ser humano pertence a Deus, a vida é um dom de Deus. E cabe a Deus ter a soberania e a autonomia de interromper a vida. Precisamos celebrar a vida e não a morte. “Crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros”.  2 Crônicas 20:20