27/06/08

QUANDO RECEBEMOS A VIDA ETERNA?

Filipenses 1:20 a 24 – Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne.

Ao ler este texto, ficamos com a impressão que o Apóstolo Paulo ensina que o crente vai para o Céu assim que morre. Como compreender esta passagem bíblica?

A carta escrita à Igreja de Filipos, durante a prisão de Paulo em Roma. Paulo tinha estado preso pelo Evangelho em Jerusalém, perseguido em diferentes lugares e não tinha cessado de anunciar as Boas Novas. Anos se tinham passado, os crentes de Filipos e de outras igrejas fundadas pelo Apóstolo estavam muito preocupados com aquele que lhes tinha levado a esperança e o consolo da vida eterna em Jesus.
Por esta razão Paulo afirma: Filipenses 1:12 – ´E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho.´ É neste contexto, que o Apóstolo escreve (vs. 20 a 24). A sua vida está completamente centrada em Cristo, ele está disposto a fazer o que for melhor para magnificar a Cristo, continuar os seus labores com o seu Senhor ou morrer. Para ele o viver é Cristo. A morte, se Cristo assim o permitir, é ganho, não somente para ele pessoalmente, mas também para o Evangelho.
Se ele tivesse que fazer a escolha da vida ou da morte, não saberia qual escolher. ´Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.´
Este versículo é o que faz surgir a pergunta: Ao morrer une-se o crente a Cristo? Por outras palavras, vai para o Céu quando morrer?
Muitos cristãos, baseados nesta passagem, conluiem uma resposta afirmativa. Verificando atentamente a afirmação de Paulo, não é claro que seja isto que ele quis dizer. Há duas coisas que o Apóstolo deseja: 1) partir, isto é, morrer, e 2) estar com Cristo. Não está a dizer que o primeiro desejo se cumpra ao mesmo tempo que o primeiro. Não é este o ponto da sua apresentação.
Encontramos noutras epístolas em que ele tratou este assunto, como por exemplo, em: 1ª Tessalonicenses 4:15 a 18 – ´Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.´
É claramente afirmado, que a reunião de todos os crentes fiéis se dará por ocasião da gloriosa vinda de Cristo. É sabido que uma passagem bíblica, deve ser comparada com outras (hermenêutica) e Jesus consola os discípulos, quando estes tomam consciência que em breve ficariam sem o Senhor: João 14:1 a 3 – ´NÃO se turve o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.´ Cristo afirma ´virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também.´
Assim, disse-lhes que a reunião teria lugar na Sua segunda Vinda. Se a reunião acontecesse no momento da morte, Jesus teria dito: ´Já não falta muito para estarmos juntos para sempre, em breve alguns serão mortos por causa da vossa fé, outros morrerão de morte natural, e no momento da morte por qualquer causa que ocorra, vos reunireis comigo.´ Mas não foi isto que Jesus disse.
Paulo na passagem que estamos a apreciar não se pode contradizer, menos ainda, contradizer o que disse o Senhor Jesus, devemos concluir que ele esperava que o seu desejo de ´estar com Cristo” se cumprisse por ocasião da 2ª Vinda.
É importante acrescentar o seguinte: Quando os que dormem em Cristo – mortos que aceitaram a Jesus como Salvador pessoal – ressuscitarem, terão a sensação que tem uma pessoa que foi anestesiada para ser operada, a consciência que o tempo parou. Na morte não há consciência da passagem do tempo.
Ellen White afirma: ´Bendito descanso para o justo cansado! Seja longo ou breve o tempo, não é para eles senão um momento. Dormem, e são despertados pela trombeta para uma imortalidade gloriosa.´ O Conflito dos Séculos, p. 595.

SILÊNCIO NO CÉU

Apocalipse 8:1 – E, HAVENDO aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora.

Nesta passagem refere um silêncio no Céu durante meia hora. Estando esta passagem num contexto profético (dia-ano) dá uma semana, ou sete dias. No livro Primeiros Escritos, p. 16, diz que os remidos levam sete dias na ascensão ao Céu. Cristo, com as hostes angelicais, ao descer deve também demorar sete dias. Neste caso, serão, 14 dias, contando-se a descida e a subida. Não há aqui uma contradição?

Não há nenhuma contradição. O raciocínio apresentado a isso leva: a de que o tempo que Cristo e os anjos durará sete dias na 2ª Vinda. A velocidade de Cristo e da Sua corte angelical não será igual à dos remidos glorificados. ´Assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra até ao Ocidente, assim será a vido do Filho do Homem´. Rápida como um relâmpago.
Cristo é Deus e tem a faculdade de superar o tempo e o espaço. E os anjos? Lemos: Daniel 9:21 – ´Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde.´
Ora se no inicio de uma oração, o anjo recebe a ordem para sair do Céu e ir em auxílio de Daniel. A oração encontra-se em Daniel 9:4-19 e, no hebraico esta oração teria demorado cerca de 8 minutos.
Daniel ainda falava, quando o anjo Gabriel chegou. O mesmo acontecerá com os ´dez milhares´ de anjos que, segundo Primeiros Escritos, p. 16, descerão com Cristo. Assim, só nos resta o tempo da ascensão que, de facto, será de sete dias.