06/02/10

A NATUREZA DO HOMEM

A maioria dos seres humanos parece gastar pouco tempo meditando sobre a morte, ou mesmo sobre a sua própria natureza, que é a causa fundamental da morte. Tal falta de auto-exame leva à falta de auto-conhecimento, e por isso as pessoas andam errantes pela vida, tomando as suas decisões de acordo com o que ditam os seus próprios desejos naturais. Há uma recusa - embora fortemente mascarada - de admitir o facto de que a vida é tão curta e que logo a fatalidade da morte virá sobre nós. "Pois, o que é a vida? É um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece". "Certamente morreremos, e seremos como águas derramadas na terra, que não podem ajuntar mais". "São como a erva que cresce; de madrugada (nossa juventude) cresce e floresce, e à tarde corta-se e seca" (Tiago 4:14; 2 Sm. 14:14; Sl. 90:5,6). Moisés, um verdadeiro pensador, reconheceu isto, e suplicou a Deus: "Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos coração sábio" (Sl. 90:12). Por isto, tendo em vista a brevidade da vida, adquirir a sabedoria deve ser a nossa prioridade número um.
As respostas do homem à inevitabilidade da morte variam. Algumas culturas tentaram fazer da morte e dos funerais algo que é parte da vida, para reduzir o sentido de perda e fatalidade. A maioria daqueles que carregam o nome de "cristão" concluiram que o homem tem uma "alma imortal", ou algum elemento de imortalidade dentro dele, que sobrevive à morte, indo, posteriormente, para algum lugar de recompensa ou punição. Sendo a morte o problema mais fundamental e trágico da experiência humana, espera-se que a mente do homem tenha se exercitado para diminuir o seu impacto mental; assim, toda uma gama de teorias falsas têm se levantado com respeito à morte e à própria natureza do homem. Como sempre, estas devem ser testadas à luz da Bíblia, para se descobrir a verdade real sobre este assunto vital. Deve-se lembrar que a primeira mentira relatada na Bíblia é aquela da serpente no jardim do Éden. Contrária a declaração absoluta de Deus de que o homem "com certeza morreria" se ele pecasse (Gn. 2:17), a serpente afirmou: "Certamente não morrereis" (Gn. 3:4). Esta tentativa de negar a inevitabilidade e totalidade da morte tornou-se uma característica de todas as falsas religiões. É evidente que especialmente nesta área, uma doutrina falsa leva a outra, e outra, e outra. Ao contrário, um elemento de verdade leva a outro, como se mostra em 1 Co. 15:13-17. Aqui Paulo salta de uma verdade para outra (observe "se...se...se...").
Para entender nossa verdadeira natureza, precisamos considerar o que a Bíblia diz sobre a criação do homem. O relato está em linguagem clara, a qual, se tomada literalmente, deixa-nos sem dúvida sobre exatamente o quê nós somos por natureza (ver Digressão 18 com respeito à literalidade do Gênesis). "Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra...dela (da terra) foste (Adão) tomado; pois és pó, e ao pó tornarás" (Gn. 2:7; 3:19). Absolutamente aqui não há sugestão de que o homem tem qualquer imortalidade inerente; não há parte dele que continue a viver após a morte.
Existe uma notável ênfase bíblica no fato de que o homem é, fundamentalmente, composto apenas de pó: "Nós somos o barro" (Is. 64:8); "homem sendo da terra, terreno" (1 Co. 15:47); "cujo fundamento está no pó" (Jó 4:19); "e o homem voltaria ao pó" (Jó 34:14,15). Abraão admitiu que ele era "pó e cinza" (Gn. 18:27). Imediatamente depois de desobedecer a ordem de Deus no Éden, Deus "lançou fora o homem...para que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente" (Gn. 3:24,22). Se naturalmente o homem tivesse um elemento imortal dentro dele, isto não seria necessário.

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