18/07/11

LEONARDO DA VINCI

Estudar a vida de Leonardo da Vinci significa descobrir um homem além do seu próprio tempo. Embora seja mais conhecido pelas suas obras de arte, ele foi também um brilhante arquitecto, engenheiro, matemático, geólogo, biólogo, físico e filósofo. E, acima de tudo isso, foi também um genuíno cristão, que amava a Bíblia e cria no Deus que ela revelava. Segundo a opinião de muitos, da Vinci pode ser considerado o fundador da ciência moderna.
Ele nasceu a 15 de Abril de 1452, no período a que os historiadores vulgarmente chamam de Renascença. Não se tem muita certeza sobre o
local exacto do seu nascimento, mas foi numa fazenda em Anchiano que Leonardo ou Lionardo (conforme uma antiga grafia) foi criado. Este lugar ficava a 3 km da cidadezinha de Vinci – Itália, o que justifica o sobrenome com o qual ficou mundialmente conhecido, Leonardo da Vinci.
Porém, a história desse génio não se inicia com uma origem nobre. A sua mãe, que se chamava Catarina, era uma moça humilde e do interior, que não possuía praticamente nenhuma cultura académica. O seu pai, no entanto, era um nobre muito culto, chamado Ser Piero. Quando da Vinci nasceu, o seu pai tinha 25 anos e não quis reconhecer a paternidade da criança. Ele abandonou a mãe de Leonardo e casou-se com outra mulher que era mais rica e inteligente. Da Vinci, portanto, foi considerado um filho ilegítimo e sofreu por muitos anos sendo chamado de “bastardo”, pois o seu pai jamais o registou no seu próprio nome.
MUDANÇA DE ENDEREÇO
Até aos 5 anos de idade, Leonardo viveu em Anchiano. Depois disso, ele foi viver na fazenda do seu avô em Vinci, ao pé do Monte Albano. Essa mudança deve ter ocorrido porque a mulher que se tinha casado com o seu pai não podia ter fihos e, possivelmente, foi só nessa época que os avós de da Vinci souberam da sua existência. Ele, então, passou a ser criado como um membro da família, mas nunca foi legitimado como filho de Ser Piero. Era tratado como um filho de criação ou até menos do que isso.
Numa declaração para o imposto feita pelo seu avô e citada nalgumas biografias, Leonardo é mencionado apenas como sendo uma “bocca”, isto é, alguém a mais que havia para ser alimentado. Não é chamado de neto, muito menos de filho. Os da família De Piero pareciam ter vergonha de Leonardo pela forma como ele foi gerado. Como se sabe, naquela época, uma moça que engravidava solteira era tremendamente desprezada pela sociedade em que vivia.
Em Vinci, Leonardo foi pela primeira vez à escola, onde aprendeu a ler, escrever e calcular. Ali também teve aulas de Geometria e Latim, embora nos seus futuros trabalhos preferisse sempre fazer as suas notas em italiano. Segundo algumas biografias, da Vinci era um aluno muito questionador, o que incomodava os professores e colegas. Ele simplesmente recusava-se a aceitar conceitos que não fossem muito bem demonstrados. Aliás, esse mesmo perfil racional o seguirá na sua fase adulta, quando se demonstra crítico dos artistas, que em vez de produzirem a sua própria arte e a sua própria técnica, limitam-se a imitar os que vieram antes.
Agora páre para imaginar como seria o jovem estudante Leonardo da Vinci. A sua genialidade muitas vezes foi interpretada como rebeldia e má criação. Parece que as pessoas nunca estão preparadas para os génios que nascem na História. A única coisa que fazem é rejeitá-los enquanto estão vivos e idolatrá-los depois que morrem. E não pense que é muito diferente nos nossos dias. Hoje, principalmente, a filosofia pós-moderna parece inventar ao máximo um distanciamento da sabedoria, especialmente quando se descobre que ela vem de Deus.
O DESPERTAMENTO DO ARTISTA E INVENTOR
Aos 14 anos, da Vinci deixa a fazenda do seu avô e vai morar em Florença, nos fundos da loja de um artista chamado Andrea del Verrocchio. É difícil saber que motivos levaram o seu pai a enviá-lo para lá. Alguns pensam que seria para lhe dar melhores estudos, mas há também a possibilidade de que, com a morte do seu avô, tenham aumentado as atitudes de rejeição familiar, e a transferência para a nova cidade acabou sendo uma espécie de exílio.
Você, certamente, já percebeu que este jovem tinha muitos motivos para ser um revoltado com a vida. Contudo, em vez de «chutar tudo para cima», a sua inteligência, guiada pelo Espírito Santo preferiu conduzi-lo a uma atitude de fazer bom uso das oportunidades. Ele aprendeu tudo o que podia com Verrochio e acabou tornando-se um artista mais refinado que o seu próprio professor, de quem sempre obteve o respeito e a consideração talvez nunca recebidos do seu próprio pai.
Daí por diante, a carreira de Leonardo foi tremendamente marcada pela genialidade artística, que impressionava a todos os italianos. Em 1472 ele foi alistado como membro permanente dos Pintores de Florença, o que equivalia a uma graduação na faculdade de artes. Então ele iniciou a sua colecção de pinturas gloriosas, de entre as quais destaca-se a famosa MonaLisa, o quadro mais valioso do mundo, que hoje pode ser visto no Museu do Louvre em Paris.
No campo científico, há espantosos esboços e notas de da Vinci, que demonstram excelentes análises de problemas em dinâmica, anatomia, física, aeronáutica, biologia e hidráulica. O seu raciocínio era bem avançado para o seu tempo. Só para ter uma ideia, saiba que da Vinci já tinha esboçado desenhos de pára-quedas, helicóptero, motores e até de bicicleta. Alguns supõem que com um pouco mais de tempo, ele teria chegado à descoberta dos processos químicos que resultam na captação impressa de luz, vulgarmente chamada fotografia.
Talvez você pergunte: porque da Vinci não construiu logo essas máquinas, preferindo deixá-las apenas em esboços? É provável que a falta de recursos da época, aliada à ameaça da Inquisição, tenha feito o nosso inventor silenciar-se nalguns pontos. Afinal, qualquer coisa que contrariasse os dogmas da Igreja poderia ser considerada bruxaria e o seu originador condenado às chamas. Seja como for, da Vinci já utilizava o processo de experimentação muito antes do moderno «método científico».
Leonardo foi mais um artista e inventor do que um filósofo ou teólogo. Contudo, é na arte que ele revela a sua fé em Deus, mesmo vivendo à sombra de um dogmatismo medieval que perverteu em muito a genuína visão do Céu. Os seus quadros sobre a vida de Jesus trazem à tona um profundo amor em relação ao Filho de Deus.
A SANTA CEIA DE CRISTO
Em Milão há um quadro, hoje restaurado, no qual da Vinci procurou com muito empenho retratar a última Ceia de Cristo e os seus discípulos. Ele foi pintado no refeitório do mosteiro dominicano de Santa Maria delle Grazie. Em 1923, foi publicada uma história em relação a essa pintura que é por muitos considerada como um genuíno relato.
Conta-se que da Vinci sempre usava pessoas reais como modelos para as suas pinturas. Assim, seriam os próprios vizinhos do convento que posariam para a composição dos apóstolos à mesa. Havia porém um problema inicial: como encontrar alguém tão perfeito para retratar o rosto de Cristo?
De acordo com essa versão, «centenas e centenas de jovens foram cuidadosamente avaliados pelo artista a fim de encontrar uma face e personalidade que exibissem uma inocente beleza, livre de qualquer cicatriz ou marca causada pelo pecado». Finalmente, ele encontrou um jovem de 19 anos e, durante seis meses, trabalhou retratando, com base naquele rapaz, o rosto do Filho de Deus.
Uma vez pintado o rosto de Cristo, da Vinci seguiu pintando os demais apóstolos a partir dos rostos de moradores da região que se apresentavam voluntariamente como modelos. Ele pintou Pedro, André, Tiago e João e todos os demais, com excepção de Judas. É que seria difícil encontrar alguém que se desse ao papel de emprestar o seu próprio rosto para retratar o traidor do Filho de Deus. Isso seria o mesmo que assinar um atestado de autodesprezo e sem amor próprio.
Tendo dificuldades em encontrar um Judas apropriado, da Vinci despendeu muito tempo procurando alguém entre os criminosos de um presídio local. O superior do mosteiro, aborrecido com a demora, começou a sugerir que o atraso do artista se devia na verdade à sua preguiça e não a qualquer dificuldade em encontrar o modelo adequado. A isto, Leonardo respondeu dizendo: “De facto eu tenho dificuldades em encontrar um Judas no meio dos homens, mas se for pressionado, saibam que o superior seria um excelente modelo!”
Depois de seis anos de intensa procura, da Vinci finalmente encontrou um homem que estava preso numa masmorra em Roma. Tratava-se de um trapo de gente. Constantemente bêbado, aquele sujeito tinha um cheiro horrível e nenhuma consideração por si mesmo. Era o modelo perfeito para Judas!
Por uma ordem especial do rei, o prisioneiro pôde partir com Leonardo para Milão, onde por vários meses o artista trabalhou fazendo daquele miserável o último personagem que completaria a pintura. Terminado o trabalho, o condenado deveria voltar para junto do seu carcereiro para continuar preso em Roma. Antes porém de sair, ele começou a chorar e, entre gritos e soluços, virou-se para da Vinci dizendo: “ Sr. Leonardo, olhe para mim mais uma vez! O senhor não me reconhece?”
Olhando de perto o rosto do homem, da Vinci respondeu: “Há algo de familiar nos seus olhos, mas não me recordo de tê-lo visto antes.” “Oh, senhor da Vinci, olhe de novo” – gritava fortemente o homem – “ eu sou o seu Cristo, ou melhor, fui, quando há sete anos eu era um jovem e o senhor escolheu-me para retratar o rosto do Mestre. Veja, porém, o que fiz com a minha vida. Hoje retrato Judas. Tornei-me um verme. Oh Deus, como pude cair tanto?”
Se da Vinci vivesse nos nossos dias e estivesse escolhendo pessoas para retratar a Santa Ceia, seria possível usar o seu semblante para retratar a beleza espiritual do filho de Deus? Pense nisso e não permita jamais que o seu rosto sirva para retratar um traidor. Deus Ama Você E Quer Torná-lo Cada Dia Mais Semelhante A Jesus E Mais Distante Da Aparência De Um Judas.
Em 1517, o rei da França, Francis I, ofereceu a da Vinci uma bela casa em Ambroise, onde o artista morou durante os últimos anos da sua vida, até morrer, em 1519, com a idade de 67 anos. Comentando a genialidade desse homem, Freud resumiu a sua vida descrevendo-o como uma pessoa «que acordou muito cedo, ainda no escuro, enquanto os outros dormiam». Da Vinci, era um homem firme que cria realmente em Deus!
Rodrigo P. Silva
ELES CRIAM EM DEUS
(Biografias de Cientistas e da sua Fé Criacionista)

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