02/12/11

O CULTO TEM QUE SER ESPETÁCULO?

Estou realmente preocupado com o que temos chamado de culto a Deus hoje em dia. Há algum tempo, fazíamos questão de distinguir culto de show. Hoje emprega-se um pelo outro com a maior naturalidade. Sinceramente, estou confuso...

Assista agora ao vídeo abaixo. Trata-se de um culto (culto?) evangélico (evangélico?):
http://www.youtube.com/watch?v=J3leVA6j2P0

Assistiu ao vídeo do culto (culto?). Neste, vimos um palco, cantores e músicos agindo como astros, parafernália musical, platéia animada e irreverente, luzes coloridas, danças e uma pessoa andando como um animal quadrúpede...

Agora, assista a outro vídeo, de um show (show?) mundano (mundano?):
http://www.youtube.com/watch?v=94HxReV5BmE&mode=related&search=

Assistiu ao vídeo do show (show?). Neste, vimos um palco, cantores e músicos agindo como astros, parafernália musical, platéia animada e irreverente, luzes coloridas, danças e uma pessoa andando como um animal quadrúpede...

Sinceramente, estou confuso... Quase todos os elementos do culto, quer dizer show, estavam no show, quer dizer culto... Ih, agora não sei mais onde começa um e termina o outro!

Meu Deus, onde isso vai parar?! Culto não significa mais adorar ao Senhor em espírito e em verdade, apresentando-se diante Ele? Ou denota receber glória dos homens, apresentando-se à plateia?

Um dia desses, certo repórter de TV referiu-se a um culto (culto?) evangélico (evangélico?) da seguinte forma, enquanto o cinegrafista mostrava jovens vestidos exoticamente:

“Você pensa que essa multidão veio assistir um show dos Guns’n’Roses? Não, eles vão participar de um culto evangélico!”

Sinceramente, estou confuso...
Há diferença entre culto e show? Sim, há muitas diferenças!
Muitos shows evangélicos (evangélicos?) têm se caracterizado por som alto e dançante, luzes coloridas, gelo seco, roupas extravagantes (em alguns casos, sensuais), linguagem chula, dança, muita diversão... Ah, e um vocalista fazendo alguma "coisa nova", como, por exemplo, a meninice de engatinhar no palco...

Confira:
http://cirozibordi.blogspot.com/2007/06/h-diferena-entre-culto-e-show-estou.html

Por incrível que pareça, há cultos ditos evangélicos em que toda a parafernália dos shows (que sempre foram associados a apresentações para o público, e não para Deus) está presente! Torna-se cada vez mais comum o emprego de elementos característicos dos shows em cultos “evangélicos”.
Em um artigo intitulado Show não é culto, publicado no Mensageiro da Paz (CPAD), em agosto de 2006, o pastor Martim Alves da Silva, da Assembléia de Deus em Mossoró, Rio Grande do Norte, afirmou:

"No culto, a pessoa mais importante é Deus; no show, é o artista. No culto a Deus ninguém paga, no show a entrada é mediante pagamento. No culto, Deus está presente; no show, Deus se faz ausente, pois sua glória não dá a outrem. No culto, o ministro de Deus soleniza as celebrações; no show, o apresentador é condescendente à desenfreada desordem. No culto, o povo glorifica a Deus; no show, só gritos e assobios para o artista. No culto, o povo reverencia a Deus em adoração; no show, só há bagunça incontrolável.".

Como deve ser o verdadeiro culto a Deus? Deve caracterizar-se pelos elementos apresentados em 1 Coríntios 14.26: “Que fareis, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”. Não está escrito: salmo, salmo, salmo, salmo e salmo! Está escrito: salmo (cântico), doutrina (Palavra de Deus), revelação, língua e interpretação (dons do Espírito).
Nos dias do rei Ezequias, houve um grande avivamento na área do louvor (2 Cr 29). Ele começou a reinar em Judá aos 25 anos e fez o que era reto aos olhos do Senhor: abriu as portas da Casa de Deus, ajuntou os sacerdotes e levitas, ordenou que todos se santificassem, celebrou a páscoa, etc. (vv. 2-20).
O louvor a Deus, naqueles dias, possuía as seguintes características:
Deus no controle. O louvor e a música davam-se por mandado do Senhor, e não por iniciativa humana (v. 25).
Ordem. Tudo era feito com ordem e decência (v. 26).
Submissão. Os músicos e cantores obedeciam ao líder (v. 27).
Preparação. Todos estavam preparados para o louvor (v. 27).
Reverência. Havia muita reverência, prostração e adoração profunda no momento do louvor a Deus (vv. 28-30).
Renovação. Não havia espaço para as más inovações e as imitações do mundo. Todos louvavam a Deus com as palavras de David e de Asafe, recuperando o que haviam perdido ao se distanciarem do Senhor (v. 30). Ao contrário do que muitos pensam, renovação implica reconquistar o que foi perdido, e não buscar inovações contrárias ao que havíamos recebido (Lm 5.21; Pv 24.21; Jer. 6.16).
Alegria. Muita alegria (v. 30). Não era uma alegria carnal, com liberdade de movimentos corporais; todos estavam inclinados, prostrados diante de Deus.
Tenhamos, pois, temor e tremor na casa do Senhor (Sl 2.11). Deus quer de nós o “culto do coração”, e não o “culto da carne em ação” (Is 29.13). O templo não é um lugar para desfiles de celebridades, danças, “trenzinhos”, luzes coloridas, som “pesado”, assobios, etc. Não se precipite em pensar que estou sugerindo que os nossos cultos sejam reuniões sem vida, similares às missas. Não! Porém, precisamos ter reverência na casa de Deus (Mt 21.1-13). E, quando eu falo em casa de Deus, refiro-me a qualquer local onde nos reunimos para cultuar ao Senhor.

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